Os muitos usos dos sistemas de microfone sem fio vão desde o entretenimento ao vivo até comunicações em órbita terrestre. Podem incluir dispositivos desde um sistema simples como o “Mr. Microphone” até sistemas de parques temáticos com até 60 canais. Estes sistemas podem evocar visões de liberdade nos usuários em potencial, e lembranças de antigos desastres em engenheiros de som veteranos. Em todas as suas formas, os sem fio tornaram-se um fato da vida para as pessoas que projetam e usam sistemas de áudio. Com o crescente uso de sistemas de microfone sem fio surgiu a necessidade de maior quantidade e qualidade de informações sobre o assunto. O objetivo deste guia é limitado aos sistemas de microfone sem fio usados em aplicações de áudio. Presumese que o leitor tenha certa familiaridade com áudio básico. Entretanto, uma vez que sistemas de microfone sem fio estão sujeitos a certos princípios gerais de rádio, incluímos também algumas informações sobre rádio básico. Embora haja similaridades entre transmissão de som e transmissão de rádio, muitas das características dos sistemas de rádio não são nem análogas aos sistemas de áudio, nem tampouco intuitivas. Mesmo assim as idéias chave, embora talvez novas, são relativamente simples. O objetivo deste guia é proporcionar ao leitor interessado informações adequadas para permitir a escolha de equipamentos sem fio adequados para uma dada aplicação, e a usar aquele equipamento com sucesso. Além disso, espera-se que os fundamentos apresentados aqui forneçam a usuários regulares de sem fio uma moldura que os ajude a entender mais profundamente esta tecnologia em evolução. Este guia é apresentado em duas partes: como os sistemas de microfone sem fio funcionam, e como fazer com que sistemas de microfone sem fio funcionem. A primeira parte é uma introdução técnica aos princípios básicos do rádio e às características dos transmissores e receptores sem fio. A segunda parte discute a prática de escolha e operação de sistemas de microfone sem fio para aplicações gerais e específicas. As duas partes foram feitas para serem independentes. A primeira deverá ser de interesse para aqueles que especificam ou integram equipamentos sem fio profissionais, enquanto que a segunda parte será útil a qualquer pessoa que trabalhe regularmente com sistemas de microfone sem fio.
COMO FUNCIONAM
TRANSMISSÃO DE RÁDIO
O rádio pertence a uma classe de campos eletromagnéticos variáveis no tempo criados por voltagens e/ ou correntes variáveis em certas fontes físicas. Estas fontes podem ser “artificiais”, como a energia elétrica e circuitos eletrônicos, ou “naturais”, como a atmosfera (relâmpagos) e as estrelas (manchas solares). As variações dos campos magnéticos radiam para longe da fonte, formando um padrão chamado de onda de rádio. Assim, uma onda de rádio é uma série de variações de campo eletromagnético viajando pelo espaço. Embora, tecnicamente, qualquer fonte variável de voltagem ou de corrente produza um campo variável próximo à fonte, aqui o termo “onda de rádio” descreve variações de campo que se propagam até uma distância significativa da fonte. Uma onda sonora tem somente um único componente “de campo” (pressão do ar). Variações neste componente criam um padrão de mudanças de pressão do ar na direção em que a onda de som viaja, mas fora isso não tem qualquer orientação em particular. Em contrapartida, a onda de rádio inclui tanto um componente de campo elétrico quanto um componente de campo magnético. As variações nestes componentes têm o mesmo padrão relativo ao longo da direção em que a onda de rádio viaja, mas são orientados a um ângulo de 90º em relação um ao outro, conforme visto na ilustração adiante. Em particular, é a orientação do componente de campo elétrico que determina o ângulo de “polarização” da onda de rádio. Isto é particularmente importante para o projeto e operação de antenas.
Como o som, uma onda de rádio pode ser descrita por sua
freqüência e amplitude. A freqüência de uma onda de rádio é
a taxa de variações do campo medida em Hertz (Hz), onde
1 Hz equivale a 1 ciclo por segundo. O espectro de rádio, ou
faixa de freqüências, estende-se de alguns Hz passando pelas
faixas de Quilo Hertz (KHz) e Megahertz (MHz), até além da
faixa do Gigahertz (GHz). Os sufixos KHz, MHz e GHz
referem-se a milhares, milhões e bilhões de ciclos por segundo,
respectivamente. Até onde se sabe atualmente, os seres
humanos somente são diretamente sensíveis às ondas de rádio
nas freqüências numa faixa de alguns milhões de GHz, que
são percebidas como luz visível, e naquelas freqüências na
faixa logo abaixo da luz visível, que são percebidas como
calor (radiação infravermelha). O espectro total de rádio inclui
tanto fontes naturais quanto artificiais conforme indicado na
figura 2.
A amplitude de uma onda de rádio é a magnitude das
variações de campo e é a característica que determina a “força”
da onda de rádio. Especificamente, ela é definida como a
amplitude da variação do campo elétrico. É medida em Volts
por unidade de comprimento e varia de nano volts/metro
(nV/M) a kilovolts/ metro (KV/m), onde nV se refere a um
bilionésimo de um Volt e KV significa um mil Volts. O nível
mínimo necessário para captação de um receptor típico de
rádio é de somente alguns décimos de micro volts (uV, um
milionésimo de Volt), porém níveis muito mais altos podem
ser encontrados próximo a transmissores e outras fontes. A
grande gama de amplitudes de ondas de rádio que podem ser
encontradas em aplicações típicas exige grande cuidado no
projeto e uso de sistemas de microfone sem fio,
particularmente os receptores.
Outra característica das ondas de rádio, relacionada à
freqüência, é o comprimento da onda. O comprimento da onda
é a distância física entre o início de um ciclo e o início do
próximo à medida que a onda se move no espaço. O
comprimento de onda relaciona-se com a freqüência pela
velocidade à qual a onda de rádio viaja.
A velocidade das ondas de rádio (no vácuo) é igual a
aproximadamente 3 x 10 elevado à oitava potência
metros/ segundo, ou cerca de 300.000 Km/s, a mesma
velocidade que a luz. Ela não muda com a freqüência ou com
o comprimento de onda, mas relaciona-se com estes no
seguinte sentido: a freqüência de uma onda de rádio,
multiplicada por seu comprimento de onda, é sempre igual à
velocidade da luz. Assim, quanto maior a freqüência de rádio,
tanto menor o comprimento de onda, e quanto mais baixa a
freqüência, maior o comprimento de onda. Comprimentos de
onda típicos para certas freqüências de rádio são dadas na
figura 3. O comprimento da onda também tem importantes
conseqüências no projeto e uso de sistemas de microfone sem
fio, particularmente para antenas.
Diferente do som, as ondas de rádio não necessitam de
uma substância física (como o ar) para transmissão. De fato,
elas se “propagam” ou viajam mais eficientemente no vácuo
do espaço. Entretanto, a velocidade das ondas de rádio é um
pouco mais baixa através de vidro do que através do ar. Este
efeito contribui para a “refração” ou curvatura da luz por uma
lente. As ondas de rádio também podem ser afetadas pelo tipo
e composição dos objetos em seu caminho. Em particular, elas podem ser
refletidas por metal se
o tamanho deste
objeto de metal for
comparável ou maior
que o comprimento da
onda de rádio.
Superfícies grandes
podem refletir tanto
ondas de baixas
freqüências
(comprimento grande
de onda) quanto de
altas freqüências
(comprimento
pequeno), mas
superfícies pequenas
somente podem
refletir ondas de alta
freqüência (curtas).
Interessante é que
um objeto refletor de
metal pode ser poroso, i.e., pode conter buracos ou
espaçamentos. Contanto que os buracos sejam bem menores
que o comprimento de onda, a superfície de metal comportasse
como se fosse sólida. Isto significa que telas, grades, barras
ou outras estruturas de metal podem refletir ondas de rádio
cujo comprimento seja maior que o espaço entre os elementos
da estrutura e menores que o tamanho geral desta. Se o espaço
entre os elementos for maior que o comprimento de onda, as
ondas de rádio passarão através da estrutura. A tela de metal
na porta de vidro de um forno de microondas reflete as
microondas de volta para dentro do forno, mas permite a
passagem de ondas de luz (de comprimento menor), o que
torna o interior do forno visível.
Mesmo objetos de metal menores que o comprimento de
onda podem dobrar ou “difratar” ondas de rádio. Geralmente,
o tamanho, localização e quantidade e metal na vizinhança
das ondas de rádio terão efeito significativo em seu
comportamento.
Substâncias não metálicas (como o ar) não refletem ondas
de rádio, mas também não são totalmente transparentes. Até
um certo ponto, elas geralmente “atenuam”, ou seja, causam
perda na força das ondas de rádio que passam por elas. A
quantidade dessa atenuação ou perda é uma função da
densidade e composição do material (ou meio), e também uma
função do comprimento da onda de rádio. Na prática, materiais
densos produzem mais perdas que materiais mais leves, e
ondas longas de rádio (baixas freqüências) podem se propagar
a distâncias maiores através de materiais ‘com grande perda’
do que as ondas curtas de rádio (altas freqüências). O corpo
humano causa perdas significativas a ondas curtas de rádio
que o percorram.
Um objeto que seja grande o bastante para refletir as ondas
de rádio ou denso o bastante para atenuá-las pode criar uma
“sombra” no caminho das ondas, a qual pode diminuir muito
a recepção de rádio na área atrás do objeto.
Um paralelo final entre ondas de som e ondas de rádio está na natureza do padrão ou “campo” da onda de rádio, produzido por várias fontes em um dado local. Caso hajam reflexões presentes (que é quase sempre o caso em eventos em ambiente fechado), o campo de rádio incluirá tanto as ondas diretas (aquelas que trafegam pelo caminho mais curto desde a fonte até o local) quanto as ondas indiretas (aquelas que foram refletidas). As ondas de rádio, como as de som, tornam-se mais fracas à medida que se distanciam de suas fontes, a uma taxa determinada pela lei do inverso do quadrado: ao dobro da distância, a força diminui a um fator de 4 (o quadrado de dois). As ondas de rádio que chegam a um dado local, por caminhos diretos ou indiretos, possuem diferentes amplitudes em relação à força da(s) fonte(s) original(is), e à quantidade de perdas devidas a reflexões, atenuação material e à distância total percorrida. Após muitas reflexões as ondas de rádio se tornam mais fracas e essencialmente não direcionais. No limite, elas contribuem para o “ruído” de rádio ambiente, isto é, a energia geral de rádio produzida por muitas fontes naturais e feitas pelo homem através de uma longa faixa de freqüências. A força do ruído ambiente de rádio é relativamente constante em uma dada área, isto é, ela não diminui com a distância. O campo total de rádio em um dado local consiste de ondas diretas, ondas indiretas e do ruído de rádio. O ruído de rádio é quase sempre considerado como indesejável. As ondas diretas e indiretas podem provir tanto da fonte desejada (a transmissão pretendida) quanto de fontes indesejadas (outras transmissões e transmissores de energia de rádio em geral). A recepção com sucesso de rádio depende de um nível favorável da transmissão desejada comparado com (os níveis de) transmissão indesejada e ruído. Até agora, esta discussão sobre transmissão de rádio só lidou com a onda básica de rádio. Entretanto, também é necessário considerar como esta informação é transportada por estas ondas. A “informação” de áudio é transmitida por ondas sonoras que consiste em variações da pressão do ar sobre uma grande variedade de amplitudes e freqüências. Esta combinação de amplitudes variantes e de freqüências variantes criam um campo sonoro muito complexas. Estas ondas de pressão variável podem ser processadas por nosso sistema auditivo para perceber a fala, música, e outros sons inteligíveis (informação).
A “informação” de rádio geralmente é transmitida usandose só uma freqüência. Esta onda eletromagnética única varia em amplitude, freqüência, ou alguma outra característica (tal como a fase), e na maioria das transmissões de rádio nem a onda nem sua variação podem ser detectadas ou processadas diretamente pelos sentidos humanos. De fato, a onda em si não é a informação, mas sim o “portador” da informação. Na realidade, a informação é contida na variação de amplitude ou na variação de freqüência, por exemplo. Quando uma onda de rádio contem informações, é chamada de “sinal” de rádio. O termo para variação de ondas de rádio é ‘modulação’. Se a amplitude da onda é variada, esta técnica é chamada de Modulação de Amplitude, ou AM. Se é a freqüência que varia, isto é chamado de Modulação de Freqüência ou FM. A quantidade de informação que pode ser transportada em um sinal de rádio depende da quantidade e tipo de modulação que pode ser aplicada à onda de rádio básica, bem como da freqüência base da onda de rádio. Isto é limitado pela física até um certo ponto, mas também é limitado por órgãos reguladores, como o DENTEL, no caso brasileiro. Para sinais AM, a onda de rádio tem uma freqüência única (constante) de alguma amplitude básica (determinada pela potência do transmissor). Esta amplitude é variada para mais e para menos (modulada) pelo sinal de áudio para criar o sinal de rádio correspondente. A quantidade máxima (legal) de modulação de amplitude permite apenas um sinal de áudio de resposta de freqüência limitada (em torno de 50 a 9000 Hz) e de faixa dinâmica limitada (cerca de 50 dB).
Para sinais FM, a onda de rádio tem uma amplitude
constante (novamente determinada pela potência do
transmissor) e uma freqüência básica. A freqüência básica de
rádio é variada para mais e para menos (modulada) pelo sinal
de áudio para criar o sinal de rádio correspondente. Esta
modulação de freqüência é chamada “desvio”, uma vez que
faz com que a portadora se desvie para cima e para baixo de
sua freqüência básica, ou sem modulação.
O desvio é uma função da amplitude do sinal de áudio e é
geralmente medida em Quilo Hertz (KHz). Valores típicos de
desvio de sistemas de microfone sem fio vão de cerca de
12 KHz a 45 KHz, dependendo da banda de freqüência
operacional. A quantidade máxima (legal) de desvio permite
um sinal de áudio de maior resposta de freqüência (cerca de
50 a 15.000 Hz) e maior faixa dinâmica (mais de 90 dB) que
a faixa de AM.
Embora os detalhes dos transmissores e receptores de
microfone sem fio devam ser abordados na próxima seção,
deve ser mencionado aqui que todos os sistemas discutidos
nesta apresentação usam a técnica FM. As razões para isto
são as mesmas encontradas para os sistemas de transmissão
comercial. Mais “informações” podem ser enviadas em um
sinal típico de FM, permitindo a transmissão de sinais de áudio
de maior fidelidade. Além disso, receptores de FM são
inerentemente menos sensíveis a muitas fontes comuns de
ruído de rádio, tais como relâmpagos e equipamentos de
geração de energia elétrica, porque o componente AM de tais
interferências é rejeitado.
SISTEMAS DE MICROFONE SEM FIO:
DESCRIÇÃO
A função de um rádio ou de um sistema “sem fio” é enviar
informações na forma de um sinal de rádio. Nesta
apresentação, consideramos a informação como sendo um
sinal de áudio, mas é claro que vídeo, dados ou sinais de
controle podem todos ser enviados por meio de ondas de rádio.
Em cada um dos casos, a informação precisa ser convertida
em um sinal de rádio, transmitida, recebida e reconvertida à
sua forma original. A conversão inicial consiste em usar a
informação original para criar um sinal de rádio “modulandose”
uma onda básica de rádio. Na conversão final, uma técnica
complementar é usada para “demodular” o sinal de rádio, para
recuperar a informação original.
Um sistema de microfone sem fio consiste geralmente de
três componentes principais: uma fonte de entrada, um
transmissor, e um receptor. A fonte de entrada fornece um sinal
de áudio para o transmissor. O transmissor converte o sinal de
áudio em um sinal de rádio e o “irradia”, ou transmite, para a
região à sua volta. O receptor “capta” ou recebe o sinal de rádio
e o reconverte em um sinal de áudio. Componentes adicionais
de um sistema incluem antenas e, possivelmente, cabos de
antena e sistemas de distribuição. Os processos e os
componentes básicos são funcionalmente similares ao rádio,
TV comerciais e outras formas de comunicação de rádio. A
diferença é a escala dos componentes e as configurações físicas
do sistema.
DESCRIÇÃO
Há quatro configurações básicas de sistemas de microfone
sem fio, relacionadas à mobilidade dos componentes de
transmissão e de recepção, conforme necessário para diferentes
aplicações. Este trabalho irá focar em sistemas consistindo de
um transmissor portátil e de um receptor estacionário. O
transmissor é geralmente transportado pelo usuário, que é livre
para se movimentar no local, enquanto que o receptor é fixo em
uma posição. Numa configuração como esta, a fonte de entrada
é geralmente um microfone ou um instrumento musical
eletrônico. A saída do receptor é tipicamente enviada a um sistema
de som, equipamento de gravação ou um sistema de broadcast
(transmissão de ondas de rádio). Esta é a configuração do
“microfone sem fio” padrão, e é o formato mais amplamente
usado em aplicações de entretenimento, sistemas de reforço de
som, e de broadcast.
A segunda configuração emprega um transmissor fixo e um
receptor portátil. Neste caso, o receptor é carregado (transportado)
pelo usuário, enquanto o transmissor é estacionário. A fonte de
entrada do transmissor nestes casos é geralmente um sistema de
som, de reprodução de som, ou outra fonte instalada. A saída do
receptor é geralmente monitorada por meio de fones de ouvido
ou de caixas acústicas. Ela pode alimentar um gravador portátil
de áudio ou de vídeo. Esta é a configuração de sistemas de
microfone sem fio para audição assistida (tipo aparelho para
surdez – n. do t.), tradução simultânea, monitores tipo in-ear
(dentro do ouvido), e vários usos pedagógicos. Esta também é,
naturalmente, a configuração dos sistemas de rádio e de TV
comerciais, quando o receptor é móvel, caso dos rádios portáteis
ou automotivos.
A terceira configuração consiste de transmissor e receptor
ambos móveis. Os usuários de ambos os componentes são livres
para se movimentarem. Novamente, a fonte de entrada é
geralmente um microfone, e a saída é geralmente um fone de
ouvido. Esta é a configuração de sistemas “Intercom Sem Fio”,
embora cada usuário, em geral, tenha tanto um transmissor quanto
um receptor, para permitir comunicação de duas mãos. Outra
aplicação desta configuração é em transmissão de áudio de um
microfone sem fio para uma câmera/ gravador portátil em
atividades de broadcast, cinema, e gravação em vídeo.
A quarta configuração compreende um transmissor e um
receptor, ambos estacionários. A entrada típica seria uma fonte
de reprodução ou um console de mixagem, enquanto que a saída
poderia ser para um sistema de som ou uma estação transmissora.
Exemplos desta configuração são fontes sem fio de áudio
alimentando múltiplos conjuntos de amplificadores / caixas
acústicas para sistemas temporários de som distribuído, conexões
remotas a estúdio via rádio e, é claro, transmissões comerciais
ou não-comerciais de transmissores fixos para receptores fixos.
FONTE DE ENTRADA
A fonte de entrada é qualquer aparelho que forneça ao
receptor um sinal de áudio apropriado. “Sinal de Áudio
Apropriado” significa um sinal elétrico dentro de uma certa
faixa de freqüência (áudio), uma certa faixa de voltagem (nível
de microfone ou nível de linha), e faixa de impedância (alta
ou baixa) que possam ser processadas pelo transmissor. Embora isto imponha alguns limites em fontes de entrada,
veremos que quase todo tipo de sinal de áudio pode ser usado
com um sistema ou outro.
A fonte mais comum de áudio é um microfone, que pode
ter uma variedade de formas: de mão, de lapela, de cabeça,
montado em instrumento, etc. O sinal de áudio fornecido por
esta fonte é uma freqüência de áudio, em nível de microfone, e
geralmente de baixa impedância. Uma vez que a parte “sem
fio” do microfone sem fio serve só para substituir o cabo, as
características e o desempenho de um microfone em particular
não deve mudar quando usado como parte de um sistema de
microfone sem fio.
Por isso, a escolha do tipo de microfone para um sistema
sem fio deve ser feita do mesmo modo como para os microfones
com fio. As escolhas habituais de princípio operacional
(dinâmico/ condensador), resposta de freqüência (plana/
formatada), direcionalidade (omni ou unidirecional), saída
elétrica (balanceada/ não balanceada, baixa ou alta impedância),
e projeto físico (tamanho, formato, montagem, etc.) precisam
ser feitas. Os problemas resultantes da má escolha de microfones
somente serão agravados em uma aplicação sem fio.
Outra fonte de entrada muito comum é um instrumento
musical, como uma guitarra elétrica, ou um teclado eletrônico
portátil. O sinal destas fontes é outra vez freqüência de áudio,
em nível de microfone ou de linha, e geralmente de alta
impedância. Os níveis potencialmente mais altos de sinal e as
impedâncias mais altas podem afetar a escolha do transmissor.
Finalmente, fontes gerais de sinal de áudio, como as saídas
de um console de mixagem, cassete ou CD-players podem
ser consideradas, embora apresentem uma grande variação
de níveis e impedâncias. Contanto que estas características
estejam dentro das capacidades de entrada do transmissor,
estas fontes podem ser usadas com sucesso.
TRANSMISSOR: DESCRIÇÃO GERAL
Como foi dito antes, os transmissores podem ser fixos ou
móveis. Independente do tipo, os transmissores geralmente
possuem somente uma entrada de áudio (tipo microfone ou
linha), mínimos controles e indicadores (força, ajuste de ganho
de áudio) e uma só antena. Internamente, também são
funcionalmente o mesmo, exceto pela fonte de alimentação:
força AC para os de tipo fixo, e baterias para os modelos
portáteis. Os importantes recursos do projeto de transmissores
serão mostrados no contexto das unidades portáteis.
Transmissores portáteis possuem três formas: bodypack
(usado preso ao corpo), de mão e de encaixe. Cada um destes
tem suas variações quanto a tipos de entrada, controles,
indicadores e antenas. A escolha do tipo de transmissor é geralmente indicada pela escolha da fonte de entrada:
microfones de mão geralmente necessitam de transmissores
de mão ou de encaixe, enquanto que quase todas as outras
fontes são usadas com transmissores tipo bodypack.
Os bodypacks (também chamados às vezes transmissores
de cinto) são tipicamente de tamanho reduzido, em formato
retangular. Geralmente são providos de um clipe que é fixado
na roupa ou no cinto, ou colocado no bolso. A entrada da
fonte ao bodypack se dá por meio de um cabo que pode estar
permanentemente preso ou solto do transmissor. Este conector
pode permitir que um mesmo transmissor possa ser usado com
uma variedade de fontes de entrada.
Os controles de um transmissor bodypack incluem pelo
menos uma chave de Liga/Desliga e uma chave de mute
(emudecimento), permitindo que a entrada de áudio seja
silenciada sem interromper o sinal de rádio. Outros controles
podem incluir ajuste de ganho, atenuadores, limitadores, nos
sistemas sintonizáveis, a possibilidade de escolha de
freqüência. Indicadores (geralmente LEDs) de transmissor
ligado e de carga da bateria são comuns e desejáveis, ao passo
que unidades sintonizáveis às vezes incluem leituras digitais
de freqüência. Finalmente, a antena para o bodypack pode
ser na forma de um fio flexível, uma antena curta de borracha,
ou o próprio cabo de entrada, como o cabo da guitarra ou de
um microfone de lapela.
Transmissores de mão, como o nome indica, consistem de
um microfone de mão com cápsula vocal integrada a um
transmissor embutido no corpo do microfone. O conjunto
completo parece só ligeiramente maior que um microfone de
mão com fio. Ele pode ser levado na mão ou montado em um
pedestal de microfone, usando-se o adaptador basculante
apropriado. A entrada da cápsula ao transmissor é direta, por
meio de um conector interno ou de fios. Alguns modelos possuem
cápsulas removíveis ou intercambiáveis.
Os controles dos transmissores de mão geralmente se limitam
a uma chave Liga/Desliga, uma chave de mute, e ajuste de ganho,
embora, do mesmo modo, alguns modelos possam incluir uma
seleção de freqüência. Os indicadores são comparáveis aos dos
transmissores bodypack. A antena é geralmente oculta dentro do
transmissor de mão, embora certos tipos (geralmente UHF) usem
uma antena externa curta.
Transmissores “de encaixe” são um tipo especial projetado
para serem conectados diretamente a um microfone de mão típico,
permitindo de modo eficiente que muitos microfones comuns se
transformem em “sem fio”. O transmissor fica instalado em um
pequeno compartimento retangular ou cilíndrico, com um
conector integral tipo XLR fêmea. Os controles e indicadores
são comparáveis aos encontrados nos bodypacks, e a antena
geralmente é interna.
Enquanto os transmissores podem variar grandemente em
sua aparência externa, internamente todos precisam desempenhar
a mesma tarefa: usar o sinal de áudio de entrada para modular
uma (onda) portadora de rádio e transmitir o sinal de rádio
resultante de modo eficiente. Embora haja muitos modos
diferentes de se projetar transmissores sem fio, certos elementos
funcionais são comuns à maioria dos projetos atuais. É útil
descrever estes elementos, para termos uma visão do desempenho
geral e dos usos dos sistemas de microfone sem fio.
TRANSMISSOR: CIRCUITO DE ÁUDIO
A primeira parte do transmissor típico é o circuito de
entrada. Esta seção faz o casamento elétrico adequado entre a
fonte de entrada e o resto do transmissor. Ela precisa lidar
com a gama de níveis de entrada prevista e apresentar a
impedância correta à fonte. Controles de ganho e chaves de
impedância permitem maior flexibilidade em alguns projetos.
Em certos casos. O circuito de entrada também oferece energia
elétrica para a fonte (para cápsulas de microfones a
condensador).
O sinal deste estágio de entrada passa para a seção de
processamento de sinal, que otimiza o sinal de áudio de várias
maneiras, face às restrições impostas pela transmissão de rádio.
O primeiro processo é
uma equalização
especial chamada pré-
ênfase, que é projetada
para minimizar o nível
aparente de ruído de
alta freqüência (Hiss,
ou chiado), que é
inevitavelmente
acrescentado durante a
transmissão. A ‘ênfase’
nada mais é que um
reforço especialmente
projetado das altas
freqüências. Quando
combinada com uma
“de-ênfase” igual (mas
oposta) no receptor, o
efeito resultante é uma
redução do ruído de
alta freqüência em até 10 dB.
O segundo processo é chamado “companding” (mistura de
compressão e expansão), que é projetada para compensar a faixa
dinâmica limitada da transmissão de rádio. A parte do processo
efetuada no transmissor é “compressão”, na qual a faixa
dinâmica do sinal de áudio é reduzida ou comprimida,
tipicamente por um fator de 2:1. De modo semelhante, quando
esta é conjugada com uma “expansão” igual mas oposta do
sinal no receptor, a faixa dinâmica original do sinal de áudio é
restaurada. Quase todos os sistemas de microfone sem fio atuais
empregam algum tipo de ‘compressão/ expansão”, permitindo
uma faixa dinâmica potencialmente maior que 100 dB.
Um refinamento encontrado em alguns projetos de
‘companding’ é a divisão do sinal de áudio em duas ou mais
faixas de freqüência. Cada faixa sofre então uma pré-ênfase e
é comprimida individualmente. No receptor são aplicadas de-
ênfase e expansão separadamente para cada uma destas faixas, antes de serem combinadas novamente em um sinal de faixa
completa. Embora mais caros, os sistemas companding multifaixas
podem ter uma capacidade maior de aumentar a faixa
dinâmica e a relação sinal-ruído aparente através de toda a
faixa de áudio.
Em muitos transmissores, um processo adicional chamado
de limitação é aplicado ao sinal de áudio. Isto é feito para
evitar sobrecarga e distorção nos estágios subseqüentes de
áudio, ou para evitar “supermodulação (desvio excessivo de
freqüência) do sinal de rádio. O ‘limitador’ evita
automaticamente que o nível do sinal de áudio exceda alguns
níveis previamente determinados, e geralmente é aplicado após
a pré-ênfase e o ‘companding’.
TRANSMISSOR: CIRCUITO DE RÁDIO
Após o processamento, o sinal de áudio é enviado a um
oscilador controlado por voltagem (VCO). Esta é a seção que
realmente converte o sinal de áudio em um sinal de radio, por
meio de uma técnica chamada Modulação de Freqüência (FM).
O sinal de áudio de freqüência (relativamente) baixa controla
um oscilador de alta freqüência para produzir um sinal de
rádio cuja freqüência “modula” ou varia em proporção direta
ao sinal de áudio.
O valor máximo de modulação é chamado de desvio, e é
especificado em Quilo Hertz (KHz). A quantidade de desvio
produzida pelo sinal de áudio é uma função do projeto do
transmissor. Sistemas com desvio maior que a freqüência de
modulação são chamados de banda larga (wide band),
enquanto que sistemas como desvio menor que a freqüência
de modulação são chamados de banda estreita (narrow band).
Muitos transmissores sem fio situam-se na faixa superior da
categoria ‘banda estreita’.
A freqüência “base”, ou seja, sem modulação, do oscilador
de um sistema de freqüência única é fixa. Por projeto, a
freqüência do sinal do VCO (para um transmissor
convencional, controlado a cristal) é muito mais baixa que a
freqüência de saída desejada par ao transmissor. Para poder
obter uma dada freqüência de transmissor, a saída do VCO
passa por uma série de estágios multiplicadores de freqüência.
Estes multiplicadores são geralmente uma combinação de
dobradores, triplicadores, ou mesmo de quadruplicadores. Por
exemplo, um transmissor que empregue dois triplicadores
(para uma multiplicação por 9) usaria um VCO com uma
freqüência base de 20 MHz para obter uma freqüência
transmitida de 180 MHz. Os multiplicadores também
funcionam como amplificadores, para que o sinal de saída
esteja também no nível de potência desejado.
Alguns transmissores ajustáveis usam múltiplos cristais
para obter múltiplas freqüências. A freqüência base do VCO
para a maioria dos sistemas ajustáveis é determinada por uma
técnica chamada de síntese de freqüência. Um circuito de
controle chamado Phase-Locked-Loop (PLL, ou Loop de Fase
Travada) é usado para calibrar a freqüência do transmissor
em relação a um “clock” de referência, por meio de um divisor
de freqüência ajustável. Quando se muda o divisor em passos
individuais, a freqüência do transmissor pode ser variada com
precisão ou afinada na faixa desejada. Projetos de freqüência
sintetizada permitem que o sinal de áudio module o VCO
diretamente na freqüência do transmissor. Não há necessidade
de estágios multiplicadores.
O último elemento interno do transmissor é a fonte de
alimentação. Para transmissores portáteis, a potência é
fornecida por baterias. Uma vez que o nível de voltagem de
baterias diminui à medida que se descarregam, é necessário
projetar o aparelho de modo a que possa operar em uma ampla
gama de voltagens e/ou usar um circuito regulador de
voltagem. Muitos projetos, especialmente aqueles que usam
uma bateria de 9 Volts, usam diretamente a voltagem da
bateria. Outros, tipicamente aqueles usando pilhas de 1,5 V,
possuem conversores DC - DC que elevam a baixa voltagem
até o valor operacional desejado. A vida da bateria varia grandemente entre os transmissores, desde somente algumas
horas até vinte horas, dependendo da potência de saída, tipo
de bateria, e da eficiência geral do circuito.
RECEPTOR: DESCRIÇÃO GERAL
Existem projetos de receptores tanto fixos quanto portáteis.
Receptores portáteis parecem externamente com transmissores
portáteis: eles são caracterizados por seu tamanho pequeno,
uma ou duas saídas (microfone/ linha, fone de ouvido),
controles e indicadores mínimos (energia, nível) e (geralmente)
uma única antena. Internamente eles são funcionalmente
similares a receptores fixos, mais uma vez com a exceção da
fonte de alimentação (bateria versus AC). Os recursos
importantes dos receptores serão apresentados no contexto
das unidades fixas, que possuem uma variedade maior de
opções.
Os receptores fixos oferecem vários
recursos: as unidades podem ser
posicionadas livremente ou montadas em
rack; as saídas podem incluir nível de
microfone ou de linha, balanceado ou
desbalanceado1
, bem como fones de
ouvido. ; indicadores de energia e de nível
de sinal de áudio/ rádio geralmente estão
presentes; as antenas podem ser
removíveis ou instaladas de modo
permanente.
Como os transmissores, os receptores
podem variar grandemente na forma, mas
internamente todos devem atingir um
objetivo comum: receber o sinal de rádio
eficientemente e convertê-lo em uma saída
de sinal de áudio adequada. Também aqui
é proveitoso examinar os principais
elementos funcionais do receptor típico.
RECEPTOR: CIRCUITO DE RÁDIO
A primeira seção do circuito receptor é o “front end”, ou
entrada. Sua função é oferecer um primeiro estágio de
filtragem de rádio freqüência (RF), para evitar que sinais de
rádio indesejados causem interferência nos estágios
subseqüentes. Ele deve rejeitar efetivamente sinais que sejam
substancialmente maiores ou menores que a freqüência
Para um receptor de freqüência única,
a entrada pode ser relativamente estreita. Para um receptor
ajustável esta deve ser ampla o bastante para acomodar a faixa
de freqüências desejada, caso o próprio filtro de entrada não
seja ajustável. Estes filtros de entrada usam circuitos de filtro
que vão de simples bobinas a “ressonadores helicoidais” de
precisão.
A segunda seção do receptor é o “oscilador local”
(geralmente abreviado como “LO”). Este circuito gera uma
freqüência de rádio constante que é relativa à freqüência do
sinal de rádio recebido, mas que difere deste por um “valor
definido”. Receptores de freqüência única possuem um
oscilador local (LO) de freqüência fixa, novamente usando
um cristal de quartzo. Receptores ajustáveis possuem um LO
ajustável, que geralmente usa um projeto de síntese de
freqüência.
A seguir, o sinal recebido filtrado e a saída do oscilador
local são injetados na seção do ‘mixer’, o misturador. O mixer,
em um receptor de rádio, é um circuito que combina estes
sinais (em um processo chamado ‘heterodinização’) para
produzir dois ‘novos’ sinais: o primeiro sinal é a uma
freqüência que é a soma do sinal freqüência recebido e a
freqüência do oscilador local, enquanto que o segundo é a
uma freqüência que é a diferença entre o sinal freqüência
recebido e a freqüência do oscilador local. Tanto o sinal
somado quanto o sinal subtraído contem a informação de áudio
contida no sinal recebido.
Deve ser notado que a freqüência LO pode ser maior ou
menor que a freqüência recebida, e mesmo assim apresentar a
mesma diferença de freqüência quando combinado no mixer.
Quando a freqüência LO é menor (mais baixa) que a freqüência
recebida (o caso mais comum), o projeto é chamado “lowside
injection”, injeção da parte inferior; quanto ele é acima,
é chamado “high-side injection”, injeção da parte superior.
Os sinais soma e diferença são então enviados a uma série
de estágios de filtro, todos afinados na freqüência do sinal
diferença. Esta freqüência é a “freqüência intermediária” (IF),
assim chamada porque é menor que a freqüência de rádio
recebida mas ainda assim maior que a freqüência de áudio final.
Ela é também a “quantidade definida” usada para determinar
a freqüência do oscilador local da seção anterior. Os filtros de
IF precisamente afinados são projetados para rejeitar
completamente o sinal soma, assim como a freqüência LO e
o sinal original recebido, e quaisquer outros sinais de rádio
que possam ter passado pela entrada (“front end”). Os filtros
IF permitem a passagem somente do sinal diferença. Isto
converte efetivamente a freqüência de rádio recebida (RF) a
um sinal de freqüência intermediária muito mais baixa (IF), e
torna o processamento subseqüente de sinal mais eficiente.
Se somente um LO e um estágio de mixer são usados,
então só uma freqüência intermediária é produzida, e o receptor
é chamado de tipo “conversão simples”. Em um receptor de
“conversão dupla”, o sinal recebido é convertido no IF final
em dois estágios sucessivos, cada qual com seu próprio LO e
mixer. Esta técnica pode oferecer maior estabilidade e rejeição
de interferência, embora com maior complexidade de projeto
e custo. A conversão dupla é mais comum em projetos de
receptores UHF, onde freqüência de sinal recebida é
extremamente alta.
O sinal IF é finalmente injetado no estágio “detetor”, que
“demodula, ou seja, extrai o sinal de áudio por meio de um
entre vários métodos possíveis. Uma técnica padrão é
conhecida como “quadratura”. Quando dois sinais estão fora
de fase em relação um ao outro por exatos 90º, diz-se que
estão em quadratura. Quando tais sinais são multiplicados
juntos, e passados por um filtro passa-baixas, o sinal de saída
resultante consiste somente de variações de freqüência do sinal
de entrada original. Isto elimina efetivamente a freqüência
portadora (de alta freqüência), deixando apenas a informação
de modulação de baixa freqüência (o sinal de áudio original).
Em um detetor FM de quadratura, o sinal IF passa através
de um circuito que introduz uma defasagem de 90º em relação
ao sinal IF original. O sinal IF com defasagem é então
multiplicado pelo sinal IF direto. Um filtro passa baixa é
aplicado ao produto, o que resulta em um sinal que é agora o
sinal de áudio originalmente usado para modular a portadora
no transmissor.
RECEPTOR: CIRCUITO DE ÁUDIO
O sinal de áudio passa então por um processamento para
completar a recuperação da faixa dinâmica e a ação de redução
de ruído iniciada no transmissor: primeiro uma expansão de
1:2, seguida por uma de-ênfase de alta freqüência. Como
mencionamos na seção do transmissor, este pode ser um
processo de múltiplas bandas. Finalmente, um amplificador
de saída fornece as características de sinal de áudio (nível e
impedância) necessárias para conexão a um aparelho externo
como a entrada de um console de mixagem, gravadores, fones
de ouvido, etc.
RECEPTOR: SQUELCH
Um circuito adicional que é importante para o
comportamento correto do receptor é chamado de “squelch”,
ou emudecimento. A função deste circuito é emudecer ou
silenciar a saída de áudio de um receptor na ausência do sinal
de rádio desejado. Quando o sinal desejado é perdido (devido
a queda em caminhos múltiplos, distância excessiva, perda
de potência do transmissor, etc.) o receptor “aberto” pode
captar outro sinal ou “ruído” de fundo de rádio. De modo
típico, este é ouvido como um ruído “branco” e é muitas vezes
mais alto que o sinal de áudio da fonte desejada.
O circuito tradicional de squelch é uma chave de áudio
controlada pelo nível do sinal de rádio usando um nível
(threshold) fixo ou ajustado manualmente. Quando a força
do sinal recebido cai abaixo deste nível, a saída do receptor é
emudecida. Idealmente, o nível do squelch deve ser ajustado
logo acima do ruído de fundo de rádio, ou no ponto onde o
sinal desejado começa a tornar-se ruidoso demais para ser
aceitável. Ajustes mais altos de squelch exigem níveis mais
altos de sinal recebido para “desemudecer” o receptor. Uma
vez que a força do sinal recebido diminui à medida que a
distância aumenta, ajustes mais altos de squelch irão diminuir
a faixa operacional do sistema.
Um refinamento do circuito padrão de squelch é chamado
de “squelch de ruído”. Esta técnica baseia-se no fato de que o
áudio de um ruído de rádio indesejado tem muito mais energia
de altas freqüências quando comparado a um sinal de áudio
típico. O circuito de squelch de ruído compara a energia de
alta freqüência do sinal recebido a uma voltagem de referência,
determinada pelo ajuste do squelch. Neste sistema o controle
squelch determina essencialmente a “qualidade” do sinal
(relação sinal/ ruído) necessário para desemudecer o receptor.
Isto permite operação a níveis mais baixos de squelch com
menos possibilidade de ruído, caso o sinal desejado seja
perdido.
Outro refinamento é conhecido como “tone key”, tecla de
tom, ou “tone-code”. Este permite que o receptor identifique
o sinal de rádio desejado por meio de um som abaixo ou acima
da faixa audível de áudio, o qual é gerado no transmissor e
enviado junto com o sinal normal de áudio. O receptor irá
desemudecer-se somente quando captar um sinal de rádio de força adequada e detectar a presença do ‘tone-key’. Isto impede
de modo eficiente a possibilidade de ruído do sistema quando
o sinal do transmissor é perdido. Retardos (delays) para ligar
e desligar o aparelho são incorporados para que a chave de
força trabalhe de modo silencioso, eliminando a necessidade
de uma chave separada para emudecimento.
DIVERSIDADE
Receptores fixos são oferecidos em duas configurações
externas básicas: diversidade e não-diversidade. Receptores
de não-diversidade são equipados com uma única antena,
enquanto que os receptores de diversidade possuem
geralmente duas antenas. Fora isso, ambos os sistemas podem
oferecer recursos similares: as unidades podem ser projetadas
para se apoiarem em alguma superfície, ou montadas em rack;
as saídas podem incluir nível de microfone ou de linha,
balanceadas ou desbalanceadas, bem como fones de ouvido;
indicadores de força e de nível de sinal de áudio/ rádio podem
estar presentes.
Embora receptores de diversidade tendam a incluir mais
recursos que os do tipo não-diversidade, a escolha entre
diversidade x não-diversidade é geralmente feita levando-se
em conta considerações de desempenho e confiabilidade.
Receptores de diversidade podem aumentar significativamente
ambas as qualidades por minimizarem o efeito das variações
na força do sinal de rádio em uma dada área.
Um elemento necessário no conceito de recepção de rádio
por diversidade é a ocorrência de efeitos “multi-vias” na
transmissão de rádio. No caso mais simples as ondas de rádio
procedem diretamente da antena transmissora à antena
receptora em uma linha reta. A força do sinal recebido é só
uma função da potência do transmissor e da distância entre as
antenas de transmissão e de recepção. Na prática, esta situação
só ocorre ao ar livre em terrenos planos e sem obstáculos.
Na maioria das situações, entretanto, existem objetos que
atenuam as ondas de rádio, e objetos que as refletem. Uma
vez que ambas as antenas (transmissora e receptora) são
essencialmente omnidirecionais, o receptor está captando ao
mesmo tempo uma combinação variável de ondas de rádio
diretas e refletidas. As ondas refletidas e as diretas caminham
distancias diferentes (caminhos, ou vias) até chegarem à antena
receptora, daí o termo “multi-via”. Estas múltiplas vias
resultam em diferentes níveis, tempos de chegada e
relacionamentos de fase entre as ondas de rádio.
A força final do sinal recebido em qualquer ponto é a soma
das ondas diretas e refletidas. Estas ondas podem reforçar-se
ou interferir umas nas outras, dependendo de suas amplitudes
relativas e fases. O resultado é uma variação substancial na
força média do sinal em toda a área. Isto cria a possibilidade
de degradação ou perda do sinal de rádio em certos pontos do
espaço, mesmo quando o transmissor está a uma distância
relativamente curta do receptor. Pode ocorrer cancelamento
do sinal quando as ondas direta e indireta forem iguais em
amplitude e opostas em fase.
Os efeitos audíveis de tal variação de força de sinal variam
de um leve som sibilante a ruídos fortes, e até a perda total do
áudio. Efeitos similares são notados às vezes na recepção de
rádios de automóvel em áreas com muitos edifícios altos.
Entretanto, o efeito geralmente dura pouco porque um
movimento de apenas um quarto do comprimento de onda é
suficiente para escapar da área de problema. Mesmo assim, os
resultados são imprevisíveis, desconfortáveis e, no limite,
inevitáveis com receptores de uma só antena (não-diversidade).
Diversidade refere-se ao princípio geral de uso de múltiplas
(duas) antenas para beneficiar-se da probabilidade muito
pequena de quedas simultâneas em dois locais diferentes das
antenas. “Diferente” significa que os sinais são
substancialmente independentes em cada localização. Isto
também é chamado às vezes de “diversidade espacial”,
referindo-se ao espaço entre as antenas. Em muitos casos, uma
separação de pelo menos ¼ do comprimento de onda entre as
antenas é necessário para um efeito significativo de
diversidade, embora possa se obter um benefício maior se
esta distância for aumentada, até uma vez o comprimento de
onda. Além desta distância (uma vez o comprimento de onda)
o desempenho não aumenta de modo significativo, mas
podem-se cobrir áreas maiores devido ao posicionamento mais
favorável das antenas.
Há pelo menos cinco técnicas de diversidade que tiveram
algum grau de sucesso. O termo “true diversity”, diversidade
verdadeira, passou a significar aqueles sistemas que possuem
dois setores de recepção, mas tecnicamente, quaisquer sistemas
que captem o “campo” de rádio em dois (ou mais) lugares, e
que possam escolher ou combinar “inteligentemente” os sinais
resultantes são sistemas com diversidade verdadeira.
A técnica mais simples, chamada “diversidade por antena
(passiva)” utiliza um único receptor com uma combinação
passiva de duas ou três antenas. Em sua forma mais eficiente
(três antenas, cada qual a um ângulo reto em relação às outras
duas) consegue evitar perdas totais de sinal, mas ao custo do
raio de alcance. Isto é causada pela combinação simples das
antenas, que fornece um sinal de saída que é a média do
conjunto (de antenas). Isto quase sempre será menos que a
saída de uma única antena, posicionada no melhor lugar
possível. Também podem ocorrer perdas de sinal quando se
usam duas antenas, devido a cancelamentos de fase entre elas.
O custo é relativamente baixo, mas a configuração pode ser
um pouco trabalhosa.
Uma segunda técnica, chamada de “antena comutadora”
(switching antenna”), consiste de um único receptor com duas antenas.
O receptor inclui circuito, às vezes controlado
por um microprocessador, que seleciona a antena com melhor
sinal, de acordo com uma avaliação do sinal de rádio ou do
sinal de áudio. Pode ocorrer ruído na comutação (ou
chaveamento), mas este sistema evita a possibilidade de
cancelamento de fase entre as antenas porque estas nunca são
combinadas. Como o receptor tem uma só seção de rádio e
uma só seção de áudio, ele não pode antecipar o efeito que a
comutação terá no áudio. O sistema deve avaliar o resultado
após cada decisão de chaveamento (ou comutação entre as
antenas) rápido o bastante para evitar qualquer efeito audível.
Se o chaveamento for incorreto, poderão ocorrer efeitos audíveis.
O alcance é o mesmo de um sistema de antena única.
O custo é relativamente baixo, e a configuração é conveniente.
Uma variação das primeiras duas técnicas é a “Combinação
e Comutação de Fase de Antena”. Esta também emprega duas
antenas e um só receptor mas oferece um circuito combinador
das duas antenas que pode alterar a fase de uma antena em
relação à outra, com base na avaliação do sinal. Isto elimina a
possibilidade de cancelamento de fase entre as duas antenas.
Entretanto, pode ocorrer ruído de comutação, bem como outros
efeitos audíveis, caso a comutação seja incorreta: este sistema
não consegue antecipar os resultados audíveis antes que a
comutação ocorra. O alcance é às vezes maior com
combinações favoráveis de antena. O custo é relativamente
baixo. A configuração necessita de um espaçamento maior
entre as antenas, para um melhor resultado.
“Receptor com Diversidade por Comutação” é o tipo mais
comum de sistema de diversidade.
Ele consiste de duas seções completas de recepção, cada
qual com sua própria antena, e de um circuito que seleciona o
áudio do receptor que tiver o melhor sinal. É possível ocorrer
ruído de comutação, mas estes sistemas podem ter proteção
muito boa contra perdas de sinal, quando são corretamente
projetados, com pouca probabilidade de outros efeitos audíveis
devidos a escolha incorreta. Isto se dá porque o sistema
compara a condição do sinal na saída de cada receptor antes
de ocorrer a comutação de áudio. O alcance é o mesmo que
nos sistemas de antena única. O custo é relativamente maior,
e a configuração, conveniente.
“Diversidade por Combinação de Proporção” também usa
duas seções de recepção completas com antenas associadas.
Este projeto se beneficia do fato que, na maior parte do
tempo, o sinal em ambas as antenas é utilizável. O circuito de
diversidade combina as saídas das duas seções de recepção
ao mixar ambas proporcionalmente, em vez de comutar - alternar - entre elas. A qualquer dado momento, a combinação
é proporcional à qualidade do sinal de cada receptor. A saída
geralmente consistirá de um mix das duas seções de áudio.
Em casos de perda de recepção em uma antena, a saída da
outra antena é selecionada. Consegue-se excelente proteção
contra perda de sinal, sem possibilidade de ruído de
comutação, pois o circuito de diversidade é essencialmente
um botão de “pan” (o ‘panorâmico’, que leva o som mais
para o lado esquerdo, mais para o direito ou ao centro, em um
console de mixagem comum) inteligente, não uma chave. A
relação sinal/ruído aumenta em 3 dB. O alcance pode ser maior
que com sistemas de antena única. O custo é um pouco mais
alto, a configuração, conveniente.
Um sistema de diversidade corretamente implementado
pode fornecer melhorias mensuráveis em confiabilidade,
alcance, e relação sinal/ ruído. Embora um sistema em nãodiversidade
comparável funcione de modo adequado a maior
parte do tempo, em aplicações típicas, a segurança extra
permitida por um sistema em diversidade geralmente vale a
pena. Isto é particularmente verdadeiro se o ambiente de RF
for severo (multivias), o tempo para correção de problemas
for mínimo (sem ensaio), ou onde seja exigida uma
performance sem perda de sinal (idealmente sempre). Como
ultimamente a diferença de preço entre os tipos de sistema,
diversidade e não diversidade, tem se tornado menor, o sistema
em diversidade é tipicamente o escolhido, exceto nas
aplicações mais centradas no aspecto do orçamento.
ANTENAS
Além dos circuitos contidos em transmissores e receptores, um elemento crítico do circuito é geralmente localizado fora da unidade: a antena. De fato, o projeto e implementação das antenas é pelo menos tão importante quanto os aparelhos aos quais estas são conectadas. Embora haja algumas diferenças práticas entre antenas de transmissão e de recepção, há algumas considerações que se aplicam a ambas. Em particular, o tamanho das antenas é diretamente proporcional ao comprimento de onda (e inversamente proporcional à freqüência). Freqüências mais baixas de rádio exigem antenas maiores, enquanto que freqüências mais altas usam antenas menores. Outra característica das antenas é sua eficiência relativa ao converter energia elétrica em potência irradiada vice versa. Um aumento de 6 dB em potência irradiada, ou um aumento de 6 dB na força do sinal recebido pode corresponder a um aumento de alcance de 50%. De modo simétrico, uma perda de 6 dB no sinal pode resultar em diminuição de 50% no alcance. Embora estas sejam a melhor (e a pior) possibilidades, a tendência é clara: maior eficiência de antena pode resultar em maior alcance. A função de uma antena é atuar como interface entre o circuito interno do transmissor (ou receptor) e o sinal de rádio externo. No caso do transmissor, ela deve radiar o sinal desejado tão eficientemente quanto possível, isto é, com a força desejada e na direção desejada. Uma vez que a saída de muitos transmissores é limitada pelos órgãos governamentais reguladores a certos níveis máximos, e uma vez que a vida da bateria (ou pilhas) é uma função da saída de potência, a eficiência da antena é crítica. Ao mesmo tempo, o tamanho e a portabilidade são geralmente muito importantes. Isto resulta em apenas alguns projetos adequados de antenas para transmissor.
A menor antena simples que é consistente com razoável
saída do transmissor é aquela que mede fisicamente (e
eletricamente) um quarto do comprimento da onda da freqüência
de rádio transmitida. Esta é chamada de “antena de ¼ de onda”.
Ela assume diferentes formatos, dependendo do tipo de
transmissor usado. Para alguns transmissores bodypack, a antena
é um pedaço de fio solto, de tamanho adequado. Em outros
projetos o cabo que liga o microfone ao transmissor pode ser
usado como antena. De qualquer modo, a antena precisa estar
estendida em sua totalidade, para máxima eficiência. A largura
efetiva de banda deste tipo de antena é grande o bastante para
que somente cerca de três diferentes comprimentos sejam
suficientes para cobrir toda a região superior da banda de VHF.
Quando a aplicação exige tamanhos ainda menores de
antena, usa-se uma antena curta “rubber duckie”2
, uma antena
de 1/4 de onda que é enrolada como uma bobina helicoidal,
resultando em um tamanho mais compacto. Há alguma perda
de eficiência devido à menor “abertura”, ou comprimento físico.
Além disso, estas antenas tem uma largura de banda mais
estreita. Isto pode exigir até seis diferentes comprimentos para
cobrir toda a faixa alta da gama VHF, por exemplo.
Transmissores de mão geralmente ocultam a antena dentro
do corpo da unidade, ou usam as partes metálicas externas do
estojo como antena. Qualquer que seja o projeto, a antena
raramente tem “mesmo” ¼ do comprimento de onda. Isto resulta
em potência irradiada um tanto menor para um transmissor de
mão com uma antena interna versus um projeto bodypack
comparável que use uma antena externa. Entretanto, a saída da
antena é um tanto reduzida quando colocada próxima do corpo
do usuário. Uma vez que a antena de uma transmissor de mão
está geralmente a uma certa distância do corpo, a diferença
prática é geralmente pequena. Transmissores do tipo ‘de
encaixe’ normalmente usam o corpo do microfone e o próprio
estojo do transmissor como antena, embora os modelos de
alguns fabricantes tenham usado
uma antena externa. Na prática,
a antena típica para transmissão
VHF tem eficiência inferior a
10%. As do tipo UHF podem ser
significativamente melhores
devido ao fato de o comprimento
de onda mais curto destas
freqüências se mais consistente
com o uso de uma antena
pequena.
Em todos estes projetos, o padrão de onda de rádio emitido
pela antena de ¼ de onda é omnidirecional no plano perpendicular
ao eixo da antena. Para uma antena de ¼ de onda orientada
verticalmente, o padrão de radiação é omnidirecional no plano
horizontal, que é o caso típico de uma antena do tipo fio solto. A
saída ao longo do eixo da antena é muito pequena. Uma
representação tridimensional da força do campo de uma antena
vertical lembra a forma de uma rosquinha horizontal com a antena
passando pelo orifício central.
Lembre que uma onda de rádio tem tanto um componente de
campo elétrico quanto um componente de campo magnético. Uma
antena transmissora de ¼ de onda orientada verticalmente radia
um componente de campo elétrico que é também vertical
(enquanto que o componente de campo magnético é horizontal).
Esta onda é chamada de “polarizada verticalmente”. Orientação
horizontal da antena produz uma onda com “polarização
horizontal”.
Quando se tratam de receptores, a antena deve captar o sinal
de rádio desejado de modo tão eficiente quanto possível. Como
a força do sinal recebido é sempre muito menor que o sinal
transmitido, isso exige que a antena seja muito sensível ao sinal
desejado e na direção desejada. Entretanto, como o tamanho e a
localização do receptor são menos restritivas, e como a captação
direcional pode ser útil, há uma gama muito maior de tipos de
antenas à disposição para uso em receptores.
Aqui novamente, o tamanho mínimo para captação adequada
é ¼ do comprimento de onda. Uma antena tipo ‘chicote’ ou
telescópica deste tamanho é fornecida com a maioria dos
receptores, e também ela é omnidirecional no plano horizontal
quando está orientada verticalmente. Uma consideração
importante quanto ao desempenho de uma antena receptora de
¼ de onda é que sua eficiência depende até um certo ponto da
presença de um “plano de terra”, isto é, uma superfície de metal
com comprimento de pelo menos ¼ de onda em uma ou em
ambas as direções, e conectada ao terra do receptor na base da
antena. Tipicamente, o chassi do receptor ou a placa de circuito
impresso do receptor ao qual a antena está conectada age como
um plano de terra suficiente.
Caso se deseje maior sensibilidade, ou se for necessário
montar uma antena omnidirecional afastada do receptor,
geralmente se usam antenas de ½ comprimento de onda, ou de
5/8 de comprimento. Estas antenas tem um “ganho” teórico
(aumento de sensibilidade) até 3 dB maior que a antena de ¼ de
onda, em algumas configurações. Isto pode resultar em um
alcance maior para o sistema. Entretanto, a antena de 5/8 de onda,
como a do tipo ¼ de onda, somente alcança seu desempenho
com um plano de terra apropriado. Sem um plano de terra, efeitos
imprevisíveis podem ocorrer, resultando em padrões assimétricos
de captação e perda potencial de sinal devido à interface nãoideal
entre cabo/ antena.
Uma antena de ½ comprimento de onda corretamente
projetada dispensa o plano de terra, permitindo sua montagem
remota com relativa facilidade. Ela também consegue manter a
impedância adequada na interface cabo/ antena, ou pode ser ligada
diretamente a um sistema de distribuição de antenas receptoras
ou transmissoras. Além disso, ela resiste aos efeitos de ruídos
elétricos, que poderiam de outro modo ser captados pela interface.
Quando o tamanho da antena é relevante, como é o caso dos
receptores portáteis, a rubber duckie de ¼ de onda mencionada
anteriormente é uma opção. Projetos de UHF podem usar rubber
duckies de ½ onda devidos aos comprimentos menores de onda.
Outro tamanho relativamente pequeno de antena pode ser
encontrado na forma de uma antena de ¼ de onda com um
conjunto de elementos radiais que funcionam com um plano de
terra integral. Ambos estes tipos são omnidirecionais no plano
horizontal quando montados verticalmente.
Para máxima eficiência, antenas receptoras devem ser
orientadas na mesma direção que a antena transmissora. Do
mesmo modo como a antena transmissora produz uma onda de
rádio que é “polarizada” na direção de sua orientação, também a
antena receptora é mais sensível às ondas de rádio que sejam
polarizadas na direção em que estiver orientada. Por exemplo, a
antena receptora deve ser vertical se a antena transmissora for
vertical. Se a orientação da antena transmissora for imprevisível
(i.e., uso ‘de mão’), ou se a polarização da onda recebida for
desconhecida (devido a reflexões multi-vias), um receptor de
diversidade pode ter um benefício ainda maior. Neste caso, muitas
vezes é conveniente orientar as duas antenas receptoras em
ângulos diferentes, às vezes até a 45º da vertical.
Antenas unidirecionais também são disponíveis para
sistemas de microfone sem fio. Estes projetos são constituídos
de uma haste horizontal com múltiplos elementos transversais,
e são do mesmo tipo geral que as antenas para TV de longo
alcance. Elas podem ter um alto ganho (até 10 dB comparado
com o tipo de ¼ de onda) em uma direção, e podem também
rejeitar fontes de interferência que venham de outras direções
por até 30 dB.
Dois tipos comuns são o Yagi e a log-periódica. A Yagi
consiste de um elemento dipólo e um ou mais elementos
adicionais: aqueles localizados na parte de trás da haste são
maiores que o elemento dipólo e refletem o sinal de volta para
o dipólo, enquanto que os elementos localizados na frente são
menores que o dipólo e agem de modo a direcionar o sinal para
o dipólo. O (tipo) Yagi tem excelente diretividade mas uma
largura de banda um tanto estreita; geralmente é usada para
sintonizar apenas um canal de TV (6 MHz).
A Log-periódica alcança largura maior de banda que a Yagi
usando múltiplos elementos dipólo em sua estrutura. O tamanho
e espaçamento entre os dipólos varia em uma progressão
logarítmica, para que a qualquer dada freqüência um ou mais
dipólos estejam ativos, enquanto os outros funcionam com
elementos de reflexão ou de direcionamento, dependendo de
seu tamanho e localização em relação ao(s) elemento(s) ativo(s).
Quanto maior a haste e quanto maior o número de elementos,
tanto maior a largura de banda e a diretividade.
Embora estas antenas direcionais sejam um tanto grandes
(90 cm a 1,5 m para VHF) e possam ser mecanicamente
desajeitadas para serem montadas, elas podem fornecer maior
alcance e maior rejeição de fontes de interferência para certas
aplicações. Deve-se notar também aqui que estas antenas
precisam ser orientadas com os elementos transversais na
direção vertical, em vez de horizontal (do modo como se usaria
para recepção de TV), novamente porque as antenas
transmissoras são geralmente verticais.
CABO DE ANTENA
Um componente importante de muitos sistemas de
microfone sem fio, que muitas vezes passa despercebido, é o
cabo de antena. Aplicações em que o receptor é localizado
longe da vizinhança do transmissor e/ ou dentro de racks de
metal exigirão o uso de antenas remotas e cabos de conexão.
Comparada aos sinais de freqüência de áudio, a natureza da
propagação de um sinal de freqüência de rádio em cabos é tal
que perdas significativas podem ocorrer em cabos de
comprimento relativamente curto. A perda é uma função do
tipo de cabo e da freqüência do sinal. A ilustração abaixo dá
as perdas aproximadas para vários cabos de antena usados
comumente, em diferentes freqüências de rádio.
Pode-se notar nesta tabela que estes cabos possuem uma
impedância “característica”, tipicamente 50 ohms ou 75 ohms.
Idealmente, para perda mínima de sinal em sistemas de
antenas, todos os componentes deveriam ter a mesma
impedância: isto abrangeria as antenas, cabos, conectores e
as entradas dos receptores.
Na prática, as perdas reais devidas a descasamentos de
impedância em sistemas de antena para receptores sem fio são
desprezíveis comparadas com as perdas devidas ao comprimento
do cabo de antena. Por esta razão, indicamos tipos de cabos de
ambas as impedâncias, que podem ser usadas indistintamente na
maioria das aplicações.
Obviamente, mesmo os benefícios de uma antena de alto
ganho podem ser rapidamente perdidos se for usado o tipo errado
de cabo, ou com comprimento demasiado grande. Em geral, os
comprimentos de cabos de antena devem ser mantidos tão curtos
quanto possível. Além disso, a construção do cabo deve ser
considerada: cabos coaxiais com um condutor central maciço e
blindagem/ isolamento firmes são mais adequados para instalações
permanentes, enquanto que cabos com condutores multifilares e blindagem/ isolamento flexíveis devem ser usados para aplicações
portáteis, que demandam instalações repetidas. Finalmente, o
número de conexões no caminho do sinal da antena deve ser
mantido em um mínimo.
DISTRIBUIÇÃO DE ANTENAS
O último componente encontrado em alguns (dos maiores)
sistemas de microfone sem fio é algum tipo de distribuição
de sinal de antena. Geralmente é desejável reduzir o número
total de antenas em sistemas múltiplos, distribuindo-se o sinal
de um conjunto de antenas para vários receptores. Isto
geralmente é feito para simplificar a configuração do sistema,
mas também pode aumentar o desempenho ao reduzir certos
tipos de interferência como será visto mais adiante.
Há dois tipos gerais de distribuição de antenas
disponíveis: passivo e ativo. A divisão passiva de antenas é
obtida com dispositivos simples em linha que oferecem
casamento de impedância de RF para garantir mínima perda.
Ainda, uma só divisão passiva resulta em perda de cerca de
3 dB, o que pode significar alguma perda de alcance.
Múltiplas divisões passivas são impraticáveis devido à perda
excessiva de sinal.
Para permitir o acoplamento de sinais de antenas de mais
receptores e para superar a perda dos divisores passivos,
usam-se amplificadores ativos de distribuição de antena.
Estes também são conhecidos como “divisores ativos de
antenas”, ou “multi-acopladores de antenas”.
Embora ofereçam amplificação suficiente para compensar
as perdas do divisor, eles geralmente operam com ganho geral
“unitário”, isto é, não ocorre amplificação líquida. Embora um
multi-acoplador seja geralmente um acessório separado, alguns
projetos de receptor são equipados com distribuição interna de
antena quando múltiplas seções de receptor são incorporadas no
mesmo chassi, como em sistemas modulares ou ‘card-cage’ (caixa
de cartas).
Divisores ativos de antena separados podem tipicamente
alimentar até quatro receptores a partir de um único conjunto de
antenas. Se mais receptores forem necessários, as saídas de um
amplificador de distribuição podem alimentar as entradas de um
segundo conjunto de amplificadores de distribuição. Cada um
destes pode então alimentar vários receptores. Um número maior
de divisores ativos é impraticável, devido à possibilidade de maior
distorção e interferência de RF.
BANDAS DE FREQÜÊNCIA PARA
SISTEMAS SEM FIO
Todo sistema de microfone sem fio transmite e recebe em
uma freqüência específica de rádio, chamada de freqüência
operacional. A alocação e regulamentação do uso de rádio
freqüências é supervisionada por órgãos específicos do
governo de cada país, daí resultando que as freqüências e
bandas de freqüências permissíveis (legais) variam de país
para país. Além das freqüência, estes órgãos tipicamente
especificam outros aspectos do próprio equipamento,
incluindo: potência permitida para o transmissor, o desvio
máximo (para FM), emissão de espúrios, etc. Estas
especificações diferem de uma banda para outra, e de um
usuário para outro dentro de uma dada banda. Por este motivo,
não é possível escolher uma freqüência específica ou mesmo
uma banda de freqüência que seja (legalmente) utilizável em
todas as regiões do mundo. Além disso, não é possível projetar
um só tipo de equipamento sem fio que satisfaça as
especificações de todos ou mesmo de muitos destes órgãos
do mundo todo.
O uso destas bandas nos Estados Unidos é regulamentado
pelo FCC (Comissão Federal de Comunicação) e certas
freqüências dentro de cada banda foi projetada para uso por
microfones sem fio, assim como por outros serviços. Nos
Estados Unidos as freqüências usadas para estes sistemas
podem ser agrupadas em quatro bandas ou faixas gerais.
VHF banda baixa (49 - 108 MHz), VHF banda alta
(169 - 216 MHz), UHF banda baixa (450 - 806 MHz) e UHF
banda alta (900 - 952 MHz). VHF vem de Very High
Frequency, e UHF de Ultra High Frequency.
O FCC determina ainda quem pode operar em qual banda
e quem tem prioridade se mais de um usuário estiver operando.
Usuários “primários” incluem emissoras (broadcasters)
licenciadas (rádio e TV) e serviços de comunicação comercial
(rádios 2 vias, pagers e telefones celulares). Os sistemas de
microfone sem fio são sempre considerados como de uso
“secundário”. Em geral, a prioridade é dos usuários primários:
usuários secundários não podem interferir com usuários
primários mas usuários secundários devem aceitar (sofrer)
interferência de usuários primários.
Sobre a questão do licenciamento, deve ser notado que
enquanto os fabricantes tiverem que ser licenciados pelo FCC
para vender equipamentos sem fio, é responsabilidade do
operador observar as regulamentações do FCC quanto ao seu
uso prático.
Vamos descrever brevemente cada banda e suas vantagens
e desvantagens para operação de sistema de microfone sem
fio, com base nos usuários designados da banda, as
características físicas desta, bem como suas limitações
regulamentares.
VHF
No começo da faixa de VHF banda baixa está a região
dos 49 MHz, usada não só por microfones sem fio como
também por telefones sem fio, walkie-talkies, e brinquedos
controlados por rádio. 54 a 72 MHz é ocupada pelos canais
de TV por VHF de 2 a 4. A área de 72 MHz é usada para
sistemas de microfone sem fio do tipo audição assistida. A
banda de 76 a 88 MHz é destinada aos canais de TV por VHF
5 e 6. No topo, 88 a 108 MHz é a banda para transmissão de
rádios comerciais por FM. Todas estas regiões foram usadas
em um momento ou outro por sistemas de microfone sem fio.
Os limites de desvio permitidos (tipicamente até 15 KHz)
podem acomodar áudio de alta fidelidade (assim como para
transmissão em FM). A propagação destas ondas pelo ar é
muito boa, assim como sua capacidade de atravessar muitas
substâncias não metálicas (devido ao seu comprimento de onda
relativamente grande). O recurso de operação
mais atraente nesta banda é o baixo custo do
equipamento.
Exceto para os sistemas de audição assistida,
entretanto, o VHF banda baixa não é
recomendado para aplicações sérias. Devido ao
grande número de usuários primários e
secundários, e altos níveis de “ruído” geral de
rádio freqüência (RF), esta banda é propensa a
interferência de muitas fontes. A potência do
transmissor é limitada a menos de 50 mW (exceto
na banda de 72 a 76 MHz, onde até 1 watt é
permitido para audição assistida. Finalmente, o
tamanho mínimo apropriado de antena para
unidades nesta banda podem ter mais de 1 metro
de comprimento (1/4 de uma onda de cinco
metros), o que pode limitar severamente a
portabilidade e/ou a eficiência.
A seguir vem a faixa de VHF banda alta, a mais amplamente
usada para aplicações profissionais, e na qual existem sistemas
de qualidade a uma variedade de preços. Nos Estados Unidos a
faixa de VHF banda alta é dividida em duas bandas que podem
ser usadas por usuários de microfones sem fio. A primeira, de
169 a 172 MHz, inclui oito freqüências específicas designadas
pela FCC (Parte 90.263b ou simplesmente “Part 90”) para uso
de microfones sem fio pelo público em geral. Estas freqüências
são geralmente chamadas “travelling frequencies”, ou
freqüências de viagem, porque podem (teoricamente) ser usadas
em todos os Estados Unidos sem preocupação de interferência
de emissoras de televisão. Os limites legais de desvio
(+12 KHz) permitem transmissão de áudio de alta qualidade.
Repete-se limitação da potência a 50 mW. As características
de propagação são boas, e o comprimento de antena é mais
cômodo, cerca de meio metro para uma do tipo ¼ de onda.
Infelizmente, os usuários primários nesta banda incluem
muitas bandas comerciais e operações governamentais como
controle florestal, usinas hidroelétricas, e a guarda costeira.
Como a categoria de usuário secundário não é restritiva, o
potencial de interferência tanto de usuários primários quanto
de outros usuários secundários está sempre presente. Ainda,
o ruído geral de RF é ainda bem alto nesta banda. Além do
que, devido à limitação da largura do espectro de freqüências
disponível, e ao espaçamento para as oito bandas prescritas,
só é possível operar no máximo, duas ou três unidades
simultaneamente em freqüências de viagem (‘travelling’).
Finalmente, estas freqüências geralmente não são legais fora
dos Estados Unidos e Canadá.
A maior região de VHF banda alta é a que vai de 174 a
216 MHz. Os usuários primários desta banda são os canais de
TV de 7 a 13. Também aqui é possível a transmissão de áudio
de alta qualidade dentro dos limites legais de desvio
(+15 KHz). A restrição de potência a 50 mW é a mesma que
para a banda baixa, as perdas na propagação são mínimas, e
os tamanhos aceitáveis de antenas de ¼ de onda vão até menos
que 35 cm.
A possibilidade de interferência de outros usuários
secundários e ruído de RF geral existe, mas é muito menos
provável que para as freqüências da banda baixa. Além disso,
embora esta faixa inclua usuários primários (os canais de TV
de 7 a 13), há muitas freqüências disponíveis (canais locais
de TV que não são usados) na maior parte do território dos
Estados Unidos e em muitos outros países também.
UHF
Como a região VHF, a de UHF contém várias bandas que
são usadas por sistemas de microfones sem fio. Entretanto,
existem certas diferenças físicas, de regulamentação e
econômicas entre as bandas de VHF e de UHF que devem ser
notadas.
A característica física primária das ondas de rádio UHF é
seu comprimento de onda muito mais curto (um terço a dois
terços de um metro). A conseqüência mais aparente disto é o comprimento muito menor das antenas para sistemas de
microfone sem fio UHF. Outra conseqüência menos óbvia é a
propagação reduzida das ondas de rádio tanto através do ar
quanto outros materiais não metálicos, como paredes e seres
humanos, resultando em potencialmente menos alcance para
uma potência irradiada comparável. Outra é o aumento das
reflexões das ondas de rádio devido a objetos menores,
resultando em interferência comparativamente mais freqüente
e mais severa devido a multi-vias (quedas ou perdas de sinal).
Entretanto, receptores por diversidade são muito eficientes na
banda UHF, e o espaçamento exigido pelas antenas é mínimo.
Se por um lado a regulamentação para usuários e para
licenciamento é essencialmente a mesma nas bandas de VHF
e de UHF, são permitidas duas diferenças em potencial. Os
sinais de FM na banda UHF podem ocupar uma largura maior
de banda. Isto permite efetivamente maior desvio, para largura
de banda e faixa dinâmica potencialmente mais amplas. Além
disso, permite-se maior potência de transmissão (até 250 mW).
Finalmente, o espectro de rádio disponível para uso por
sistemas de microfone sem fio UHF é quase oito vezes maior
que para a banda alta de VHF. Isto permite que um número
muito maior de sistemas seja operado simultaneamente.
Na prática, os limites efetivamente maiores de desvio de
UHF geralmente não são usados devido à redução resultante
do número de sistemas que podem operar simultaneamente.
A maior largura da faixa da banda possível para cada um dos
sistemas ocupa mais ‘espaço’ na faixa de freqüências
disponíveis. Também é raro o uso de maior potência do
transmissor devido à diminuição da vida das baterias e ao
maior risco de interferência mútua entre os sistemas.
Entretanto, mesmo com desvio e potência limitados, a
possibilidade de maior número de sistemas simultâneos é um
grande benefício em certas aplicações. Isto é especialmente
verdadeiro pelo fato de sistemas UHF poderem ser usados
junto com sistemas VHF no mesmo local, sem interferência.
A diferença primária entre operar com sistemas VHF ou
UHF é o custo relativamente maior do equipamento UHF. Os
aparelhos UHF são tipicamente mais difíceis e
portanto mais caros de se projetar e fabricar. Em
diversos aspectos, isto decorre do comportamento
de sinais de rádio de alta freqüência (comprimento
de onda curto, ‘ondas curtas’). Os sistemas UHF
atuais custam de 2 a 10 vezes mais que sistemas
VHF comparáveis. Este diferencial de custo
aplica-se a antenas, cabos e outros acessórios, bem
como ao transmissor e receptor básicos. Esta
diferença tende a se manter até que a economia
de escala atinja a banda UHF, embora a tendência
seja em direção a menos opções de preços de
equipamentos de UHF.
A faixa de freqüências UHF banda baixa pode
ser considerada como a interseção de duas bandas: baixa
(450 - 536 MHz) e alta (470 - 806 MHz). Os usuários primários
destas bandas são serviços comerciais como radiofonia móvel
em terra e pagers (450 - 536 MHz) e canais de TV UHF de 14
a 69 (470 - 806 MHz). Assim como na região de VHF banda
alta, os canais de TV não ocupados são destinados ao uso de
sistemas de microfone sem fio por transmissoras e produtores de vídeo/ cinema. Estes são os usuários primários (comércio e
TV) na parte inferior da banda, mas é raro ocorrer interferência
de usuários primários na parte alta (não comercial) da banda,
devido número relativamente pequeno e ao menor alcance das
estações transmissoras de TV por UHF. Outros usuários
secundários e ruído de RF também são menos prováveis nestas
freqüências.
Assim com no VHF alta banda, também é necessário
licenciamento na banda UHF. O tamanho mínimo necessário
para uma antena de ¼ de onda é de 10 cm a 17 cm (somente de
um quarto a metade da necessária para VHF).
O equipamento tem preço moderadamente alto, e
recomenda-se enfaticamente o uso de sistemas de diversidade,
mas pode-se obter áudio de alta qualidade junto com o uso de
um grande número de sistemas simultâneos.
A banda alta de VHF (acima de 900 MHz) inclui links STL
(Studio to Transmitter Links) e outros usuários primários. Esta
banda oferece canais adicionais e potencialmente menos
interferência por ruído de RF, assim como comprimentos de
antena de 7,5 cm a 10 cm. Outras características operacionais
são similares à UHF banda baixa. Finalmente, deve-se ter em
mente que a alocação destas bandas é sempre sujeita a mudanças
à medida que aumenta a demanda por espectro. Nos Estados
Unidos, por exemplo, estão sendo consideradas propostas de
uso de canais de TV por VHF não ocupados em grandes centros
urbanos por serviços móveis em terra, assim como propostas
para designar largura de banda adicional para estações
existentes, como HDTV - TV de Alta Definição. Tecnologias
como a transmissão por espectro aberto (spread spectrum
transmission) também podem diminuir ainda mais a
disponibilidade de certas bandas para uso de microfones sem
fio. Como sempre, estas alocações (de bandas) variam de país
para país de um modo ainda menos previsível.
ESCOLHA DE FREQÜÊNCIAS
O processo de escolha do sistema de microfone sem fio
envolve escolher primeiro uma banda apropriada de freqüência
de rádio, e segundo o número de freqüências de operação desejado
naquela banda. Como indicado acima, há um número finito de
sistemas de microfone sem fio que podem ser usados
simultaneamente em qualquer faixa de freqüência. As razões para
estas limitações são muitas, e situam-se na categoria geral de
coordenação de freqüências, ou “compatibilidade”. Iremos definir
cada um destes fatores e examinar cada um em termos de origem,
efeitos, e importância relativa em relação à compatibilidade total
do sistema. Na primeira seção consideraremos somente interações
que podem ocorrer entre os próprios sistemas de microfone sem
fio individuais. Interações externas (não do sistema) serão
discutidas na segunda seção.
Neste ponto deve ser dito que a coordenação de freqüências
é um processo que deve levar em conta vários fatores, incluindo
físicos (limitações), matemáticos (cálculos) e políticos
(regulamentações). Para muitos usuários não é necessário ler
os detalhes deste processo. Os fabricantes de sem fio oferecem
este serviço por meio de grupos de freqüências pré selecionadas,
e também pode auxiliar aplicações complexas usando
programas próprios de computador. A seguir, uma apresentação
do processo para o usuário interessado.
COMPATIBILIDADE DE SISTEMA
As duas principais áreas de preocupação são: interação entre
transmissores e receptores relacionada com suas freqüências
operacionais, e interações entre transmissores e receptores
relacionada com suas freqüências internas. O primeiro tipo é o
mais importante, e pode ocorrer em qualquer grupo de sistemas
de microfone sem fio. Ele também pode ser o mais trabalhoso
para calcular. O segundo tipo é menos problemático e também
relativamente fácil de prever. Entretanto, ele é determinado por
características específicas do sistema.
FREQÜÊNCIAS OPERACIONAIS: INTERMODULAÇÃO
Teoricamente, um único sistema de microfone sem fio
pode ser usado em qualquer freqüência operacional. Quando
se acrescenta um segundo sistema, este deve ser de outra
freqüência operacional, para ser usado ao mesmo tempo que
o primeiro. Esta limitação decorre da natureza dos receptores
de rádio: eles não conseguem demodular adequadamente mais
que um sinal na mesma freqüência. Em outras palavras, um
receptor não consegue “mixar” os sinais enviados por
múltiplos transmissores. Se um sinal for substancialmente mais
forte que outros, ele irá “capturar” o receptor e bloquear os
outros sinais. Se os sinais tiverem força comparável, nenhum
deles será recebido claramente.
O efeito disso é geralmente notado em rádios de
automóveis que viajam e saem do alcance de uma estação e
entram no alcance de outra estação de mesma freqüência. O
receptor oscilará entre uma e outra à medida que seus sinais
relativos mudam, geralmente com considerável ruído e
distorção. O resultado é que nenhuma das estações é audível
quando os sinais são quase iguais.
Mas qual deve ser esta “diferença”, já que os sistemas
sem fio têm que ter freqüências diferentes? Neste aspecto, a
característica restritiva do receptor é a sua “seletividade”, ou
seja, sua capacidade de diferenciar entre freqüências
adjacentes, ou ‘vizinhas’. Quanto maior da seletividade, mais
próximas poderão ser as freqüências operacionais. Muitos
fabricantes recomendam uma diferença mínima de 400 KHz
(0,4 MHz) entre dois sistemas quaisquer.
Quando se acrescenta um terceiro sistema ao grupo, já
não basta que as freqüências tenham pelo menos 400 MHz de
distância. Para escolher uma terceira freqüência que seja
compatível com as duas primeiras é necessários considerar
interações potenciais entre as freqüências operacionais. O tipo
mais importante de interação é chamado intermodulação (IM),
e surge quando sinais são aplicados a circuitos não lineares.
Uma característica de um circuito não linear é que a saída
contém “novos” sinais, além dos sinais originais aplicados ao
circuito. Estes sinais adicionais são chamados produtos de
IM e são produzidos dentro dos próprios componentes.
Consistem de somas e diferenças dos sinais originais, múltiplos
dos sinais originais, e somas e diferenças dos múltiplos.
Circuitos não lineares são inerentes ao projeto de componentes
sem fio, e incluem os estágios de saída de transmissores e
estágios de entrada de receptores.
Pode ocorrer IM quando os transmissores estiverem muito
próximos um do outro. O sinal de cada transmissor gera
produtos de IM no estágio de saída do outro. Estes novos sinais são transmitidos junto com os sinais originais e podem
ser captados pelos receptores que estiverem operando na
freqüência correspondente.
Também pode ocorrer IM quando transmissores são
operados muito próximos dos receptores. Neste caso os
produtos de IM são gerados no estágio de entrada do receptor,
que pode interferir com o sinal desejado ou ser detectado pelo
receptor se o sinal desejado (transmissor) não estiver presente.
Os produtos de IM mais simples que podem ocorrer entre
quaisquer duas freqüências operacionais (f1 e f2) são a soma
das duas freqüências e a diferença (subtração) entre as duas
freqüências.
f1 + f2
f1 - f2
Se escolhermos f1 = 200 MHz e f2 = 195 MHz, então:
f1 + f2 = 200 + 195 = 395 MHz
f1 - f2 = 200 - 195 = 5 MHz
Estes produtos de IM são suficientemente afastados das
freqüências originais para geralmente não causar problemas
a um terceiro sistema de microfone sem fio na banda de
freqüência original.
Entretanto, como mencionado antes, os outros produtos
dos circuitos não lineares são múltiplos da freqüência original
(fundamental). Isto é, a aplicação de uma única freqüência a
um circuito não linear irá gerar produtos adicionais com o
dobro, o triplo, quádruplo, etc., da freqüência original.
Felizmente, a força destes produtos cai rapidamente à medida
que o multiplicador aumenta. O resultado prático é que
somente os produtos com o dobro e o triplo da freqüência
original são significativos. Uma vez que estes produtos
combinam-se então com as freqüências originais, podem
ocorrer os seguintes produtos adicionais:
A “ordem’ ou tipo de produto de IM é identificada pela
combinação particular de freqüências que o criou. A ordem
de um produto de IM é a soma dos multiplicadores
(coeficientes) das freqüências nas expressões acima.
O grupo completo de freqüências possíveis (freqüências
originais, produtos e combinações de intermodulação) que
podem existir quando dois sistemas (a 200 MHz e 195 MHz
para este exemplo) são operados simultaneamente é o seguinte:
Embora esta lista de combinações calculadas de freqüências
seja longa, pode-se ver que somente os produtos de IM a 185,
190, 205 e 210 MHz estão na mesma banda geral de freqüência
que as duas freqüências operacionais originais. Estes produtos
não causarão problemas de compatibilidade entre os dois
sistemas originais, mas podem interferir com outros sistemas
que podem ser acrescentados nesta faixa. Neste exemplo, a
freqüência operacional de um terceiro sistema deve ser escolhida
de modo a evitar estas quatro freqüências de IM.
Em geral, somente se levam em conta os produtos de IM
ímpares, já que os pares geralmente caem longe das freqüências
originais, como mostrado acima. Além disso, embora produtos
de IM ímpares também possam cair perto das freqüências
originais, somente os produtos de IM de terceira e de quinta
ordem são fortes o bastante para preocuparem.
Se três ou mais sistemas forem operados simultaneamente,
a situação torna-se um tanto mais complicada, mas os princípios
que se aplicam são os mesmos. Além dos produtos de IM
calculados para cada par de freqüências, é preciso considerar
também os produtos resultantes das combinações de três
transmissores.
Para determinar a compatibilidade de três freqüências
(200 MHz, 195 MHz e 185 MHz neste exemplo) as
combinações significantes serão:
Neste exemplo, pode-se ver que há dois produtos de terceira ordem (decorrentes do uso) de dois transmissores, (2 x f2) - f1 e (2 x f2) - f3. O produto potencialmente criado pelos transmissores 1 e 2 cai diretamente na freqüência operacional do receptor 3. Isto sugere que se os transmissores 1 e 2 forem colocados próximos, ou se forem ambos colocados próximos ao receptor f3 o produto de IM resultante poderá causar interferência no receptor 3, especialmente se o transmissor f3 estiver desligado. Uma situação similar ocorre com os transmissores f2 e f3 e o receptor f1.
A figura ao lado ilustra a possibilidade de interferência devida à combinação de todos os três transmissores. Neste caso, o produto de terceira ordem resultante de três transmissores (f1 + f2 + f3) cai diretamente na freqüência operacional do receptor 4. De novo, esta possibilidade aumenta com a proximidade dos transmissores um ao outro ou ao quarto receptor. Produtos de IM de quinta ordem geralmente não têm força suficiente para causar problemas, mas podem ser um fator em casos de extrema proximidade entre transmissores ou receptores. Produtos de IM de quinta ordem com três transmissores tais como (3 x f1) - f2 - f3 e (2 x f1) - (2 x f2) + f3 são geralmente fracos demais para preocupar. Manter uma distância física adequada entre transmissores e entre transmissores e receptores irá minimizar a criação de Produtos de IM. A figura abaixo indica o efeito da distância sobre a amplitude dos produtos de terceira ordem criados por dois transmissores.
Para evitar problemas potenciais de IM muitos fabricantes recomendam uma margem mínima de 250 KHz (0,25 MHz) entre qualquer produto de terceira ordem e qualquer freqüência operacional. Isto restringe ainda mais as opções de freqüências, à medida que aumenta o número de sistemas simultâneos. Já deve estar claro, pelo que discutimos, que a previsão de problemas potenciais de compatibilidade devidos a produtos de IM deve ser feita por programas de computador. A complexidade aumenta exponencialmente para sistemas adicionais: um grupo de 10 sistemas de microfone sem fio envolve milhares de cálculos.
FREQÜÊNCIAS INTERNAS: LO, IF, MULTIPLICADORES A CRISTAL
Além dos conflitos de freqüência devidos a intermodulação entre freqüências operacionais há certas outras fontes de conflitos potenciais, devidas às várias freqüências “internas” presentes na operação normal de transmissores e receptores. Estas variam de um fabricante para outro, e mesmo entre os sistemas de um mesmo fabricante. Uma destas fontes é o oscilador local (LO) do próprio receptor. Embora este seja somente um sinal de baixa intensidade que é geralmente confinado ao receptor, o oscilador local de um receptor pode ser captado por outro receptor sintonizado naquela freqüência de LO, se suas antenas estiverem muito próximas (empilhadas, por exemplo). Para ilustrar, considerando uma freqüência intermediária típica (IF) de 10,7 MHz; um receptor sintonizado em 200.7 MHz deveria ter seu LO operando a 190.0 MHz. Não deve ser usado outro receptor sintonizado a 190 MHz próximo ao primeiro receptor porque a segunda unidade poderia captar o LO do primeiro, especialmente se o transmissor de 190 MHz estiver desligado ou estiver operando a grande distância. Um bom projeto e blindagem nos receptores, e separação física destes irá minimizar a possibilidade de interferência de LO. Para unidades múltiplas, divisores ativos de antena irão isolar efetivamente as entradas umas das outras. Entretanto, ainda se recomenda que as freqüências operacionais sejam escolhidas de modo a evitar freqüências de LO por pelo menos 250 KHz. Outra fonte de possível interferência é chamada de freqüência “imagem” (ou ‘espelho’). Em um receptor, lembrese que a freqüência do oscilador local (LO) sempre difere da freqüência do sinal recebido por um valor igual à freqüência intermediária (FI). Especificamente, a freqüência operacional fica a um intervalo de exatamente 10.7 MHz (ou qualquer valor de FI que o receptor use) acima da freqüência do oscilador local.
Quando estas duas freqüências são aplicadas à seção do mixer (um circuito não linear) uma das freqüências da saída do mixer é esta diferença (subtração) de freqüência, que é a freqüência sintonizada dos filtros subseqüentes do estágio de IF. Se a freqüência de um segundo sinal fica no mesmo intervalo abaixo da freqüência do oscilador local, a diferença entre esta segunda freqüência e a freqüência de LO seria novamente igual à freqüência intermediária (IF). O estágio do mixer não diferencia entre diferenças “positivas” ou “negativas” de freqüências. Se a segunda freqüência (mais baixa) entrar no estágio do mixer, resultará em outro sinal (de diferença, ou negativo) nos estágios de IF, e causando possível interferência. Esta freqüência mais baixa é chamada de ‘imagem’ da freqüência original. Assumindo novamente um IF de 10.7 MHz, um receptor sintonizado em 200.7 MHz teria seu LO a 190.0 MHz. Um sinal de outro transmissor a 179.3 MHz apareceria como uma freqüência imagem, já que está 10.7 MHz abaixo da freqüência de LO ou 21.4 MHz abaixo da freqüência operacional.
A freqüência imagem difere da freqüência operacional por um valor igual ao dobro da freqüência intermediária (2 x IF). Assim a freqüência imagem para o receptor de conversão única típico é pelo menos 20 MHz distante da freqüência operacional. Receptores de conversão dupla, que possuem um primeiro IF relativamente alto, têm freqüências imagem que são ainda mais distantes da freqüência operacional. Em muitos casos, a entrada do receptor deve ser capaz de rejeitar uma freqüência imagem a menos que ela seja muito forte. Todavia, recomenda-se que as freqüências operacionais sejam escolhidas a pelo menos 250 KHz de qualquer freqüência imagem.
A última questão referente a freqüências internas refere-se ao VCO dos transmissores controlados a cristal. Lembre-se que a freqüência verdadeira do VCO (oscilador controlado por voltagem) é uma freqüência de rádio relativamente baixa que é multiplicada para se obter a freqüência final do transmissor. Uma pequena quantidade da freqüência original do cristal permanece após cada estágio multiplicador. Deste modo, o sinal de saída contém não somente a freqüência operacional final, mas também “espúrios” de baixo nível ou emissões espúrias devido aos multiplicadores. Estes espúrios ocorrem acima e abaixo da freqüência operacional a intervalos iguais aos “harmônicos” (múltiplos) da freqüência original do cristal.
Por exemplo, assumindo um multiplicador x 9, um transmissor de 180 MHz teria uma freqüência de cristal de 20 MHz. Isto produziria espúrios a 160 MHz e 200 MHz, 140 MHz e 220 MHz, etc. Um bom projeto de transmissor irá minimizar a amplitude destes harmônicos de cristal mas, aqui também, a escolha de receptores adicionais terá que evitar estas freqüências por pelo menos 250 KHz.
Transmissores de freqüência sintetizada não produzem emissões espúrias deste tipo porque não empregam multiplicadores. Entretanto, ambos os tipos de transmissores podem produzir outras emissões espúrias devido ao circuito regulador de potência, oscilações parasíticas, harmônicos portadores, etc. Todas estas emissões podem ser controladas por meio de um projeto cuidadoso. Pode-se ver que o cálculo tanto dos conflitos de oscilador local quanto das freqüências imagem depende da freqüência intermediária (IF) do receptor, enquanto que os cálculos dos harmônicos de cristal dependem do número de multiplicadores no transmissor.
Quando se usam ao mesmo tempo receptores com diferentes IF’s ou transmissores com diferentes multiplicadores, deve-se levar isto em conta. Infelizmente, os programas de computador para escolha de freqüência atualmente disponíveis não possuem esta capacidade. Os dados fornecidos a qualquer destes programas assumem que todas as unidades têm o mesmo projeto. Por este motivo, a previsão precisa da compatibilidade entre sistemas de projetos diferentes não é possível, atualmente.
INTERFERÊNCIAS DE RÁDIO DE FORA DO SISTEMA
Embora seja possível, tomando-se o devido cuidado para evitar interferências mútuas, escolher um grupo de sistemas de microfone sem fio, sempre existe a possibilidade de interferência de fontes de fora do sistema. Estas fontes caem em duas categorias: de broadcast (incluindo TV e outras fontes definidas de rádio) e não - broadcast (fontes de ruído de rádio de banda estreita ou larga). Vamos examinar cada uma destas fontes em termos de problemas em potencial e possíveis soluções.
TRANSMISSÃO DE TELEVISÃO
A transmissão de um canal de TV consiste na verdade de três sinais, cada um a uma freqüência portadora especificada em um bloco de 6 MHz (nos Estados Unidos). A informação de imagem ou “vídeo” é um sinal AM situado 1,25 MHz acima do piso (região de freqüências mais baixas) do bloco. A informação de som ou “áudio” é um sinal FM situado 0,25 MHz abaixo do topo (região de altas freqüências) do bloco. A informação de cor ou “croma” é um sinal AM 3,58 MHz acima do sinal de vídeo. A distribuição de energia e a largura de banda ocupada destes três sinais não é igual: o sinal de vídeo tem as maiores potência e largura de banda, seguido pelo sinal de áudio e finalmente o sinal de croma, com a potência mais baixa e menor largura de banda.
Como indicado previamente, o usuários primários tanto das freqüências VHF banda alta quanto de UHF banda baixa são estações transmissoras de TV. Nos Estados Unidos estes são os canais de TV por VHF 7 a 13 e de TV por UHF 14 a 69. Cada canal de TV recebe um bloco de 6 MHz para sua transmissão. O canal 7 VHF começa a 174.0 MHz e estendese até 180.0 MHz, o canal 8 ocupa de 180 a 186 MHz, e assim por diante até o canal 13, de 210 a 216 MHz. O canal 14 UHF começa a 470 MHz e vai até 476 MHz com canais sucessivos até o canal 69, de 800 a 806 MHz.
Este bloco de 6 MHz / canal de TV é encontrado nos Estados Unidos, no resto da América do Norte, América do Sul e Japão. Outros países, a maior parte da Europa e Índia, por exemplo, usam um bloco de 7 MHz / canal de TV, enquanto que a França e a China, entre outros, usam um bloco de 8 MHz / canal de TV. Nestes outros sistemas, os sinais de vídeo e áudio são localizados nas mesmas freqüências em relação aos extremos (do bloco) como nos sistemas de 6 MHz, mas a freqüência de croma difere ligeiramente em cada um para acomodar os vários sistemas de cores: NTSC (6 MHz), PAL (7 MHz) e SECAM (8 MHz).
Para evitar interferência potencial entre estações de transmissão de TV, órgãos reguladores não permitem a operação de canais vizinhos de TV numa dada área geográfica, garantindo assim a existência de certos canais “não utilizados” naquela área. Por exemplo, nos Estados Unidos, se existir um canal 9 de TV ativo, os canais 8 e 10 estarão vagos. Estes canais vagos podem ser usados por sistemas de microfone sem fio sem muita preocupação com interferência originada de transmissões de TV.
Uma situação semelhante também poderia acontecer na banda de UHF, embora a distribuição de canais de TV UHF não seja tão densa. Os efeitos de interferência de transmissão de TV são dependentes da força do sinal de TV e a freqüência operacional do sistema de microfone sem fios. Conflitos diretos com quaisquer dos três sinais que compõem uma determinada transmissão de TV podem produzir ruído, distorção, e alcance pequeno ou perda de sinal.
A captação de sinais de vídeo ou de croma (que são AM) pode causar um ‘buzz”, ou zumbido distinto no receptor sem fio, enquanto que a captação do sinal de áudio (FM) fará com que o som da TV seja ouvido. Às vezes é possível usar freqüências logo acima ou logo abaixo da portadora de croma, já que aquele sinal tem a menor potência e largura de banda ocupada mais estreita, embora isto não seja sempre confiável.
A solução mais eficiente para interferência de transmissão de TV é evitar usar as freqüências de canais de TV locais ativos. Transmissores de TV podem operar a níveis de potência de vários milhares de watts enquanto que os sistemas de microfone sem fio tipicamente têm só 50 mW (cinqüenta milésimos de um watt!) de potência de saída. Por este motivo, não é prudente escolher freqüências de microfone sem fio que caiam (coincidam) em um bloco de TV local ativo. “Local” é geralmente considerado um raio de 120 km, dependendo da área de cobertura daquele transmissor de TV em particular, e da localização do sistema de microfone sem fio.
Sistemas usados em ambientes fechados estão menos sujeitos a interferência do que quando usados ao ar livre, porque as estruturas do edifício irão em geral atenuar fortemente os sinais de TV. Mesmo assim, já que a localização e as freqüências das estações locais de TV são bem conhecidas, é relativamente fácil escolher freqüências para um sistema fixo de microfone sem fio que evitem tais problemas em uma área em particular.
TRANSMISSÃO DE RÁDIO
Sistemas sem fio por FM em VHF banda alta geralmente não são sujeitos a interferência vinda de estações comerciais AM ou FM. Tanto a banda de AM quanto a de FM são bem abaixo da banda de VHF, e estes sistemas em particular não são geralmente sensíveis a sinais moderados de AM. Os sistemas UHF são ainda menos sujeitos a responder a fontes de rádio comercial. Entretanto, poderão ocorrer interferências ocasionais na forma de distorção ou alcance reduzido, em casos de extrema proximidade a um transmissor comercial de alta potência.
OUTROS SERVIÇOS DE RÁDIO
A captação direta de rádio comunicadores, pagers, banda comercial é rara. Entretanto, como algumas destas fontes podem ser muito fortes localmente, há a possibilidade de interferência devida a intermodulação ou se a fonte aparecer como uma freqüência imagem. Por exemplo, operar um walkie-talkie próximo a um receptor sem fio pode causar ruído, distorção ou perda aparente de alcance. Em particular, as freqüências “travelling” dos sistemas de microfone sem fio (169 a 172 MHz) dividem espaço com um número de usuários primários imprevisíveis, incluindo o governo (forças armadas), indústria (reflorestamento, hidroelétricas), rádio móvel de superfície e serviços de pager. Nesta banda pode ocorrer captação direta ou intermodulação destas fontes.
Os sintomas podem novamente incluir ruído, perda de alcance ou captação mesmo de áudio. É claro que o uso próximo de outros sistemas (inesperados) de microfone sem fio pode criar interferência por intermodulação ou por conflito direto de freqüências. Dado o número finito de freqüências disponíveis, é sempre possível encontrar outros usuários de microfones sem fio em locais como hotéis, centros de convenção, e em eventos de mídia. Os remédios para tais interferências incluem identificar a fonte de interferência, se possível, e reposicionar ou a fonte ou o sistema de microfone sem fio para reduzir a proximidade. Se isto não for suficiente, pode ser necessário mudar a freqüência operacional do sistema de microfone sem fio, especialmente se a fonte de interferência for um usuário primário.
ALCANCE DOS SISTEMAS DE MICROFONE SEM FIO
Uma pergunta lógica com relação ao desempenho dos equipamentos sem fio é o alcance da transmissão dos vários sistemas. Infelizmente, a resposta é muito mais complicada que uma simples medida de distância. No limite, o receptor deve ser capaz de captar um sinal “utilizável” do transmissor. “Utilizável” significa que a força do sinal desejado deve estar dentro da faixa de sensibilidade do receptor e que ainda é suficientemente mais forte (ou é diferente) que sinais indesejados e ruídos de RF para produzir uma relação sinal/ ruído aceitável na saída de áudio do receptor.
Os elementos que afetam a “utilidade” são o transmissor/ antena, o caminho de transmissão, o receptor/ antena e IFR. Algumas características destes elementos são controláveis, outras não. As características importantes de um transmissor são a potência de saída e a eficiência da antena. A potência máxima é limitada por regulamentação governamental e pela capacidade da bateria. A eficiência da antena é limitada pelo tamanho e projeto.
Lembre-se que a eficiência das antenas típicas de transmissores sem fio é um tanto baixa, cerca de 10% ou menos para VHF. Isto significa que a potência efetiva irradiada (PER) de um transmissor VHF de 50 mW é menos de 5 mW. Isto pode ser ainda mais atenuado pela proximidade do corpo ou de outros objetos causadores de perda. Características importantes do receptor são a eficiência da antena, sensibilidade do receptor e a capacidade do receptor em rejeitar sinais indesejados, e ruído.
A eficiência da antena é novamente limitada pelo tamanho e projeto, mas as antenas de recepção tendem a ser muito mais eficientes que as de transmissão, já que podem ser de tamanho maior, para permitir uma sintonia melhor da freqüência correta. Outras características do receptor são limitadas pelo projeto. Ambos elementos são limitados pelo custo.
O caminho de transmissão é caracterizado pela distância, objetos existentes no meio do caminho e efeitos de propagação. Perdas devidas a estas características geralmente são dependentes da freqüência: quanto mais alta a freqüência, maior a perda. Quando a freqüência operacional é escolhida, somente o comprimento do caminho (do sinal) e a localização da antena são controláveis. Estas geralmente são limitadas pela própria aplicação. Sob boas condições (linha - de - vista) a uma distância de uns 30 metros, a força do campo do sinal de um transmissor de 50 mW é da ordem de 1000 uV/m, bem dentro da faixa de sensibilidade de um receptor típico.
Finalmente, IRF é caracterizada por seu espectro, isto é, sua distribuição de amplitude e freqüência. Ela consiste tipicamente tanto de ruído de banda larga quanto de freqüências individuais. Sua força, entretanto, pode ser comparável ou até maior que o sinal desejado em condições desfavoráveis. Exceto no caso de algumas poucas fontes previsíveis, ela é largamente incontrolável. Em vez de citar uma distância máxima operacional específica, muitos fabricantes de sistemas de microfone sem fio dão uma faixa “típica” de alcance.
O alcance típico dos sistemas do tipo discutido aqui (50 mW, VHF ou UHF) pode variar de 30 a 300 m. O número mais baixo representa um ambiente (de operação) moderadamente severo, enquanto que o número maior pode ser obtido em condições absolutamente ideais. Condições extremamente pobres podem resultar em um alcance de 15 m ou menos. É impossível prever com precisão o alcance de um sistema arbitrário de microfone sem fio em uma aplicação arbitrária.
SISTEMAS SEM FIO: COMO FAZÊ-LOS FUNCIONAR
ESCOLHA DE SISTEMA
A escolha apropriada de um sistema de microfone sem fio consiste de vários passos que se baseiam na aplicação desejada e nas capacidades e limitações do equipamento necessário para aquela aplicação. Deve ser lembrado que, embora no limite os sistemas de microfone sem fio não sejam tão consistentes e confiáveis quanto sistemas com fio, o desempenho dos sem fio atualmente disponíveis pode ser muito bom, permitindo que se obtenham excelentes resultados. Seguir estes passos assegurará a escolha do(s) melhor(es) sistema(s) para uma dada aplicação.
Primeiro, defina a aplicação. Esta definição deve incluir a fonte de som desejada (voz, instrumento, etc.) e a destinação de som pretendida (sistema de som, gravação ou transmissão). Ela também deve incluir uma descrição da disposição física (características de arquitetura e acústicas). Qualquer exigência ou limitação deve ser notada: cosmética, alcance, manutenção, outras possíveis fontes de interferência de RF, etc. Finalmente, o nível de desempenho desejado deve ser definido: qualidade de rádio, qualidade de áudio, e confiabilidade geral.
Segundo, escolha o tipo de microfone (ou outra fonte). A aplicação geralmente irá determinar o projeto físico do microfone a ser usado: um microfone de lapela preso à roupa, ou um microfone tipo headset, ambos destinados a deixar as mãos livres; um microfone de mão para uso por um vocalista ou quando o microfone deva ser passado adiante, para diferentes usuários; um cabo de conexão quando um instrumento musical ou outra fonte que não um microfone for usada. Outras características do microfone (tipo de transdutor, resposta de freqüência, direcionalidade) são decorrentes de imposições acústicas. Como mencionado antes, a escolha de um microfone para uma aplicação sem fio deve ser feita usando-se os mesmos critérios que para uma aplicação com fio.
Terceiro, escolha o tipo de transmissor. A escolha do microfone geralmente determinará o tipo de transmissor necessário (de mão, bodypack ou de encaixe), novamente com base na aplicação. As características gerais a considerar incluem: potência de saída (geralmente 50 mW para VHF), estilo de antena (interna ou externa), funções de controle e de detecção (energia, emudecimento, ganho, sintonia), indicadores (energia, condição da bateria), baterias (vida útil, tipo, acessibilidade), e descrição física (tamanho, formato, peso, acabamento, material). Para os tipos de mão e de encaixe, a possibilidade de intercambiar elementos pode ser uma opção. Para os transmissores tipo bodypack, a entrada pode ser com um cabo fixo ou destacável. Entradas multi-uso são muitas vezes desejáveis, e podem ser caracterizadas pelo tipo de conector, esquema de ligação elétrica e capacidade elétrica (impedância, nível, voltagem de bias, etc.).
Quarto, escolha o tipo de receptor. A escolha básica é entre os tipos diversidade e não-diversidade. Pelos motivos citados na seção Receptor, acima, os receptores tipo diversidade são recomendados para todas as aplicações, exceto somente aquelas limitadas seriamente pelo orçamento. Embora os tipos não-diversidade trabalhem bem em muitas situações, a segurança oferecida pelo receptor por diversidade contra problemas de multi-vias é geralmente uma vantagem que supera bem o seu custo relativamente mais alto. Outras características a serem consideradas são: controles (potência, nível de saída, squelch, afinação), indicadores (energia, nível de RF, nível de áudio), antenas (tipo, conectores), saídas elétricas (conectores, impedância, nível de linha/ microfone/ fone de ouvido, balanceado/ desbalanceado). Em algumas aplicações, pode ser necessário que o sistema opere com bateria.
Quinto, determine o número total de sistemas a serem usados simultaneamente. Isto deve levar em consideração futuros acréscimos ao sistema: escolher um tipo de sistema que pode acomodar apenas algumas freqüências pode acabar se revelando como uma eventual limitação. É claro que o número total deve incluir quaisquer sistemas de microfone sem fio existentes, com os quais o novo equipamento deva trabalhar.
Sexto, especifique a localização geográfica na qual estes sistemas deverão ser usados. Esta informação é necessária no próximo passo para evitar possível conflito com freqüências de transmissão de TV. No caso de aplicações móveis (isto é, sistemas usados em várias regiões do país), isto pode incluir cidades no país e até fora deste.
Sétimo, coordene as freqüências para que o sistema tenha compatibilidade e para evitar fontes conhecidas de fora do sistema consulte o fabricante ou um profissional gabaritado sobre a escolha de freqüências e a integração do número planejado de sistemas. Isto deve ser feito mesmo para um único sistema, e deve com certeza ser feito para qualquer instalação com múltiplos sistemas, para evitar problemas potenciais de interferência. A coordenação de freqüências inclui a escolha da banda operacional (VHF e/ ou UHF) e escolha das freqüências operacionais individuais (visando compatibilidade e evitar outras transmissões). Para cidades determinadas (isto é, sistemas fixos), escolha freqüências nos canais livres de TV. Para aplicações móveis, pode ser necessário levar sistemas adicionais com freqüências alternativas, ou empregar unidades sintonizáveis para garantir o número necessário de sistemas em todos os locais de apresentação. Às vezes é possível usar até três freqüências VHF “de viagem”, junto com as freqüências dos canais livres de TV. Entretanto, conforme mencionamos na seção de escolha de freqüências, acima, o VHF “de viagem” podem estar sujeitos a interferência de várias fontes imprevisíveis.
Oitavo, especifique equipamentos acessórios conforme necessário. Isto pode incluir antenas remotas (1/2 onda, 5/8 de onda, direcional), ferragem de suporte (suportes, planos-deterra), divisores de antena (passivo, ativo), e cabos de antena (portáteis, fixos). Estas decisões dependem da freqüências operacionais e da aplicação individual.
CONTROLE POR CRISTAL VS. SÍNTESE DE FREQÜÊNCIA
Unidades sem fio controladas por cristal podem ser projetadas com ampla resposta de freqüência de áudio, baixo ruído, baixa distorção, e vida relativamente longa da bateria. Constituem a escolha com maior efetividade de custo para aplicações de freqüência fixa envolvendo um número moderado de sistemas simultâneos. Uma limitação inerente aos transmissores controlados a cristal é a geração de emissões espúrias devido aos estágios multiplicadores de saída, embora estas geralmente possam ser mantidas em um mínimo usandose um projeto cuidadoso. A impedância de entrada do transmissor deve ser maior que a impedância de saída do microfone. Todos os transmissores deste tipo trabalharão bem com microfones dinâmicos típicos de baixa impedância. Se a impedância de entrada do transmissor for alta o suficiente (>10.000 ohms), pode-se usar também um microfone de alta impedância. A maioria dos transmissores do tipo de encaixe funcionarão tanto com saídas balanceadas quanto desbalanceadas.
Alguns transmissores de encaixe também são capazes de fornecer “phantom power” a um microfone a condensador. Isto só é possível havendo uma entrada de transmissor balanceada e uma saída de microfone balanceada. Mesmo assim, o transmissor fornecer pelo menos a voltagem mínima requerida pelo microfone (geralmente entre 11 e 52 Volts). Se a energia “phantom” disponível for menor que o mínimo, o desempenho do condensador será comprometido, com menos headroom3 ou mais distorção. Esta preocupação não existe com microfones dinâmicos (que não necessitam de energia) ou com microfones a condensador energizados por uma pilha interna.
O transmissor tipo bodypack (usado preso ao corpo, ou à tira da guitarra ou baixo) apresenta a maior variedade de interfaces possíveis. O arranjo mais simples é o que traz um headset ou um microfone de lapela com fio fixo. Também aqui, é de se presumir que este projeto já oferece a melhor interface possível entre os componentes. Caso se disponha de várias opções de microfones com fio (cabo) fixo, a escolha deve ser feita com base na aplicação pretendida.
Muitos transmissores bodypack são equipados com um conector de entrada, para permitir uma variedade de microfones e outras fontes de entrada. Presume-se que os cabos de entrada e os microfones fornecidos por um fabricante com um dado sistema de microfone sem fio sejam compatíveis com aquele sistema. Entretanto, eles podem não ser diretamente compatíveis com os sistemas de microfone sem fio de outros fabricantes. No mínimo uma mudança (de fiação) em um conector será geralmente necessária. Em muitos casos serão necessários circuitos adicionais ou modificações em componentes. Umas poucas combinações simplesmente não funcionam.
Para determinar a compatibilidade de um microfone em particular para uso com um transmissor em particular é necessário primeiro determinar o(s) tipo(s) de conector(es) envolvido(s). Estes podem variar de uma entrada tipo jack de fono (1/4”) e uma variedade de projetos multi-pinos.
Em seguida, deve-se comparar a fiação do conector do microfone com a do transmissor. É pena, mas não existe um conector de entrada padrão e, mais ainda, o esquema de fiação do mesmo conector pode variar de um fabricante a outro. Um jack de entrada de ¼ geralmente é ligado em configuração desbalanceada, com o sinal de áudio na ponta e a blindagem na manga. A entrada multi-pino típica de um transmissor bodypack tem no mínimo um pino para a blindagem ou terra. Podem haver outros pinos para fornecer ‘bias’ (uma voltagem DC para elemento de microfone a condensador) ou para fornecer uma impedância de saída alternativa. Alguns transmissores possuem pinos adicionais para aceitar sinais de áudio a diferentes níveis ou par a fornecer uma combinação Áudio + Bias para certos elementos de condensador.
As características elétricas do microfone e do transmissor devem então ser comparadas: o nível de saída do microfone deve estar na faixa aceitável de entrada do transmissor, e a impedância de saída do transmissor. Além disso, a configuração de entrada da maioria dos transmissores bodypack é desbalanceada. Os microfones destinados a uso com sistemas sem fio são invariavelmente desbalanceados, embora um microfone dinâmico com saída balanceada possa normalmente ser acomodado com um cabo adaptador.
Se o microfone tiver um elemento (cápsula) a condensador e não tiver sua própria fonte de energia, então a voltagem de bias necessária deverá ser fornecida pelo transmissor. Muitos transmissores fornecem cerca de 5 VCC, suficientes para o elemento a condensador típico, embora alguns elementos exijam até 9 VCC. Neste caso, é possível às vezes modificar o transmissor para que forneça uma voltagem maior.
Muitos elementos a condensador e os transmissores associados usam um cabo do tipo dois-condutores-maisblindagem, em que o áudio é transmitido por um condutor, e a voltagem de bias por outro. Alguns poucos elementos a condensador e alguns transmissores usam um cabo tipo umcondutor-mais-blindagem, em que o áudio e a voltagem de bias passam pelo mesmo condutor. Para usar o microfone de um destes esquemas no outro é necessário modificar um ou ambos os elementos.
Em geral, para combinações fora do padrão, é melhor contatar diretamente o fabricante do sistema de microfone sem fio e/ou o fabricante do microfone, para determinar a compatibilidade dos componentes desejados. Eles estão em condição de fornecer as informações necessárias, além de descrever as limitações – se houver – e as modificações necessárias.
Fontes não-microfônicas incluem instrumentos musicais eletrônicos e talvez a saída de sistemas de som e aparelhos de reprodução. Embora nenhuma destas fontes necessite de voltagem de bias ou ‘phantom power’, suas interfaces apresentam uma faixa muito mais ampla de nível e de impedância que uma fonte típica de microfone.
Instrumentos musicais como uma guitarra ou baixo elétrico podem ter níveis de saída de alguns milivolts (nível de microfone) para instrumentos com captador passivo até alguns Volts (nível de linha) para aqueles com captadores ativos. O transmissor deve ser capaz de lidar com esta faixa dinâmica, para evitar supermodulação ou distorção.
Captadores magnéticos comuns de instrumentos musicais têm uma alta impedância de saída e exigem uma impedância de entrada no transmissor de cerca de 1 MegOhm para garantir uma resposta de freqüência apropriada. Captadores ativos (amplificados) possuem uma impedância de saída um tanto baixa, e funcionarão bem com praticamente qualquer impedância de entrada de transmissor que seja igual ou maior que 20.000 ohms. Captadores piezelétricos possuem impedância de saída muito alta, e necessitam de uma impedância de entrada do transmissor de 1 a 5 MegOhm para evitar perda de baixas freqüências.
Mixers (mesas ou consoles de mixagem) e aparelhos de reprodução produzem saída em nível de linha. Estas fontes possuem tipicamente impedância de saída de baixa a média, e podem ser balanceados ou desbalanceados. Muitas vezes podem ser interfaceados com um simples cabo adaptador. Entretanto, estas fontes com alto nível de entrada geralmente necessitam de atenuação (interna ou externa) para evitar sobrecarregar a entrada do transmissor, que normalmente espera (ou seja, está preparado para lidar com) um sinal em nível de microfone.
Depois que a interface fonte/ transmissor foi otimizada, deve-se ajustar os controles. Na maioria dos transmissores, o único controle disponível é o de nível ou sensibilidade de entrada. Este consiste de um pequeno potenciômetro e/ou uma chave. Muitas vezes este controle é instalado dentro do compartimento de pilhas ou bateria, ou em alguma região rebaixada para evitar que seja desajustado acidentalmente. Alguns aparelhos tipo bodypack possuem ajustes separados para entradas de microfone e entradas de instrumentos.
O(s) controle(s) deve(m) ser ajustados para que o som mais forte (ou nível mais alto do instrumento) em uso produza modulação plena do sinal de rádio. Isto geralmente se faz falando-se (ou cantando-se) no microfone (ou tocando o instrumento) enquanto se observa os indicadores de nível de áudio do receptor. Tipicamente, um LED de pico de áudio irá indicar modulação plena (ou próxima de plena). Alguns poucos projetos possuem indicadores de pico no próprio transmissor. Em sistemas que indicam picos ocorrendo abaixo da modulação plena, este LED pode iluminar-se com bastante freqüência. Para sistemas que indicam modulação plena este LED somente irá iluminar-se por breves instantes, nos níveis máximos de saída. Em ambos os casos, indicação continuada de picos exige que se reduza a sensibilidade ou nível de entrada, para evitar distorção audível.
Se o transmissor for equipado com uma chave para anular o sistema compander (compressão seguida de expansão, um redutor de ruído), certifique-se de que esteja ajustado para o mesmo modo que o receptor. A única situação em que este sistema deve ser anulado é quando se usa um receptor que não seja equipado com um circuito compander.
Para sistemas sintonizáveis, certifique-se de que o transmissor está ajustado para a mesma freqüência do receptor.
O último passo na configuração do transmissor é o seu posicionamento. Tanto para sistemas de mão quanto para os de encaixe, o posicionamento é o mesmo dos microfones com fio de mesmo tipo. A unidade pode ser montada em um suporte, braço ou girafa com um adaptador adequado, ou pode ser usada na mão.
O posicionamento do transmissor tipo bodypack depende de cada aplicação em particular. Se a fonte de entrada for um microfone, como um lapela ou um headset, o bodypack normalmente é preso pelo clipe em um cinto ou no cós da calça. Ele pode ser fixado de outros modos, contanto que a antena possa ser estendida livremente. O acesso aos controles, quando necessário, também deve ser preservado, assim como o comprimento do cabo de conexão, se houver, deve ser suficiente para permitir que se coloquem a fonte e o transmissor onde desejado. Quando a entrada é um instrumento musical, geralmente se pode prender o transmissor diretamente no instrumento ou na correia, no caso de guitarras e baixos elétricos.
Tanto quanto possível, uma instalação adequada de transmissor deverá evitar objetos metálicos grandes e fontes de RF mencionadas anteriormente, como aparelhos digitais, e outros transmissores sem fio. Se um músico estiver usando mais de um sistema de microfone sem fio ao mesmo tempo, como um headset sem fio e um instrumento musical sem fio, os transmissores devem ser mantidos tão afastados quanto possível, para evitar intermodulação.
CONFIGURAÇÃO: RECEPTORES
Configurar um receptor envolve duas interfaces: antenapara-receptor e receptor-para-sistema de som. Aqui discutiremos a interface com o sistema de som. Lembre-se que a função básica de um sistema de microfone sem fio é substituir o cabo de conexão entre a fonte e o sistema de som. No caso típico, a saída do receptor sem fio será parecida com a saída da fonte original tanto elétrica quanto fisicamente. Isto é, a maioria dos sistemas de microfone sem fio possui uma saída em nível de microfone balanceada, de baixa impedância, geralmente em um conector padrão de três pinos tipo XLR. Este pode ser conectado a uma entrada padrão de microfone de um sistema de som usando um cabo de microfone balanceado comum.
Alguns receptores, particularmente aqueles projetados para uso com instrumentos elétricos, podem ser equipados com jaques de ¼” tipo de guitarra em vez de (ou além de) um conector XLR. Normalmente, esta saída é um sinal em nível de microfone ou de instrumento, desbalanceado, de baixa ou média impedância. Ela pode ser conectada diretamente à entrada de um amplificador de instrumento, usando-se um cabo comum de guitarra, blindado.
Além disso, alguns receptores possuem saídas em nível de linha. Estas podem ser conectadas a entradas em nível de AUX ou de Linha de sistemas de som equipados com tipos similares de conectores de entrada.
Se for desejável (ou necessário) conectar um tipo de saída a um tipo diferente de entrada, algumas possibilidades devem ser consideradas. De uma saída XLR para uma entrada de ¼”, desbalanceada, pode-se um adaptador que conecte o Pino 2 do XLR à ponta do plugue de fono, e que conecte os pinos 1 e 3 do XLR à manga do plugue de fono. Um adaptador similar (com o conector XLR apropriado) pode ser usado para conectar uma saída de ¼ desbalanceada a uma entrada XLR balanceada. Adaptadores simples deste tipo geralmente irão funcionar se os níveis e as impedâncias das saídas e entradas forem compatíveis.
Em alguns casos não se podem usar simples adaptadores devido a diferenças significativas de impedância ou de nível. Ainda, a ligação de ¼ para XLR descrita logo acima (que torna o circuito desbalanceado) pode ocasionalmente criar problemas de zumbidos audíveis devidos a loops ao terra entre o receptor e o sistema de som. Em ambos os casos, o uso de um transformador pode ser uma solução. Ele permite uma transição melhor entre as diferentes impedâncias, e entre circuitos balanceados e desbalanceados. O transformador também permite eliminar os loops ao terra quando se levanta a conexão da blindagem na ponta do cabo balanceado do lado da fonte.
Finalmente, deve-se considerar a presença de phantom power na entrada balanceada de microfone do sistema de som. Se a saída do receptor for desbalanceada, a energia phantom pode causar ruído ou distorção no sinal. Se não, um transformador adequado ou um adaptador com capacitores irá bloquear a voltagem no caminho de conexão. Se a saída do receptor for balanceada, a energia phantom geralmente não é um problema, embora algum fabricante possa especificar a voltagem máxima que o receptor pode tolerar. Alguns poucos receptores apresentam uma carga considerável para a fonte phantom. Isto pode resultar em uma diminuição da voltagem phantom nas outras entradas em uma console cujas entradas apresentem um isolamento insuficiente de energia phantom entre si.
Uma vez que o receptor tenha sido conectado corretamente, então se pode configurar o sistema de som. O primeiro ajuste de controle em um receptor é o nível de saída. Este geralmente consiste de um botão giratório e possivelmente de uma chave para escolher o nível, se de microfone ou de linha. O procedimento geral é ajustar o nível de saída de modo que seja aproximadamente do mesmo nível que uma fonte do mesmo tipo, com fio. Isto permitirá uma estrutura de ganho normal no resto do sistema de som. Embora o nível de microfone seja o mais comum, o nível de linha pode ser apropriado para cabos muito compridos ou para excitar aparelhos em nível de linha, como equalizadores, crossovers ou amplificadores de potência. Para muitos receptores, os indicadores de nível de áudio são pré-controle de volume, e não são afetados pelos ajustes do botão de volume do receptor. Use os indicadores nos equipamentos subseqüentes para conferir o nível real de saída.
O segundo ajuste importante em um receptor é o controle Squelch. Lembre-se da discussão anterior que o circuito de squelch destina-se a emudecer a saída de áudio de um receptor quando o sinal transmitido é perdido ou se torna inaceitavelmente ruidoso. Se houver um controle de squelch presente, o procedimento de ajuste usual é o seguinte:
1) Desligue o transmissor para eliminar o sinal desejado.
2) Ligue todos os outros equipamentos associados em torno ou em locais próximos, para criar o “pior caso” de condição de sinal.
3) Ajuste o controle de volume do receptor para o mínimo, para evitar ruído excessivo no sistema de som.
4) Ligue a chave de força do receptor.
5) Observe os indicadores de RF e de áudio do receptor.
6) Se os indicadores mostrarem uma condição de ausência de sinal, o ajuste de squelch pode ser deixado como está.
7) Se os indicadores mostrarem uma condição de sinal recebido estável ou intermitente, aumente o ajuste do controle Squelch até que a indicação seja de ausência de sinal. Ajuste o controle squelch um pouquinho além deste ponto, para permitir uma margem de folga.
8) Se, mesmo com ajustes altos de squelch, não conseguir obter uma condição de “ausência de sinal”, ainda assim é possível encontrar e eliminar o sinal indesejado. Do contrário, pode ser necessário escolher uma freqüência operacional diferente.
9) Ligue a força do transmissor.
10) Certifique-se de que o receptor indica uma condição de sinal recebido (ou presente) com o transmissor à distância operacional normal. Lembre-se que ajustes altos de squelch diminuem a distância operacional (alcance).
Outros controles do receptor podem incluir nível de monitor (fone de ouvido), seletores de indicador ou de canal, etc. Estes podem configurados conforme a aplicação em particular. Se houver uma chave para desligar algum compander (redução de ruído), certifique-se de que esta está ajustada de modo coerente com o transmissor. Mais uma vez, não há necessidade de desligar o compander no receptor a menos que o transmissor não seja equipado com um circuito compander. Se o receptor for sintonizável, certifique-se de que esteja na mesma freqüência do transmissor.
O posicionamento correto de receptores envolve tanto considerações mecânicas quanto elétricas. Mecanicamente, receptores sem fio geralmente são projetados para serem usados como outros produtos padrão para montagem em rack. As preocupações elétricas são possível interferência de RF e possível zumbido ou outro ruído elétrico induzido nos circuitos de áudio. Os receptores devem ser mantidos afastados de fontes de ruído de RF, tais como processadores digitais, computadores e equipamentos de vídeo. Eles também devem ser separados de fontes grandes de AC, como fontes de alimentação para equipamentos de alta corrente ou de alta voltagem, bem como de equipamentos de iluminação de teatro, reatores de lâmpadas fluorescentes e de motores.
Se receptores sem fio forem montados em racks com outros equipamentos, é melhor instalá-los próximo a aparelhos analógicos de baixa potência, e afastado de aparelhos potencialmente incompatíveis, se possível em outro rack. Obviamente, se os receptores forem instalados em racks de metal ou montados entre outros aparelhos de metal, será necessário verificar se a função da antena não será prejudicada.
CONFIGURAÇÃO: ANTENAS DE RECEPÇÃO
A configuração de antenas de recepção envolve primeiro a interface antena-para-receptor e então o posicionamento da antena. O caso mais simples é o de um receptor com a(s) antenas instalada(s) permanentemente. A antena é tipicamente uma telescópica de ¼ de onda ou possivelmente uma do tipo “rubby ducky”. Receptores com antenas não destacáveis devem ser colocados em uma superfície aberta ou em prateleira, em linha-de-vista com o transmissor, para operarem corretamente. Geralmente não se prestam a montagem em rack, com a exceção talvez uma única unidade em cima (no topo) de um rack, e mesmo assim só se as antenas puderem ser montadas na frente do receptor, ou se puderem se projetar pelo (através do) topo do rack.
Um receptor com antenas destacáveis oferece mais versatilidade de instalação. Em muitos casos as antenas são presas na parte traseira do receptor. Se este tiver que ser montado em um rack de metal, as antenas precisam ser trazidas para o lado de fora do rack. Alguns projetos permitem que as antenas sejam movidas para a frente do receptor, enquanto outros fornecem um painel acessório para reposicionamento de antena. Novamente, o receptor deve ser montado alto o bastante no rack para que as antenas estejam essencialmente livres no ar.
A seguir, algumas regras gerais para instalação/ configuração e uso de antenas de recepção:
Primeiro, mantenha tanto quanto possível uma linhade-vista entre as antenas de transmissão e de recepção. Evite objetos de metal, paredes e um número alto de pessoas entre a antena do receptor e do transmissor a ele associado. Idealmente, isto significa que a antena de recepção deve estar na mesma sala que os transmissores e elevados acima da platéia ou outras obstruções.
Segundo, mantenha a antena do receptor a uma distância razoável do transmissor. A distância máxima não é constante, mas é limitada pela potência do transmissor, objetos que interfiram, interferência e sensibilidade do receptor. Próximo é preferível a longe, mas recomenda-se uma distância mínima de cerca de 3 metros, para evitar potenciais produtos de intermodulação no receptor. Idealmente, é melhor posicionar a combinação antena/ receptor próxima do transmissor (e usar um cabo longo de áudio) do que usar um cabo de antena longo, ou transmitir a grandes distâncias.
Terceiro, use o tipo certo de antena. Uma antena de ¼” de onda pode ser usada se for montada diretamente no receptor, ou em um aparelho de distribuição de antena ou em outro painel que atue como um plano de terra. Se a antena tiver que ser montada afastada do receptor, recomenda-se o uso de uma (antena) de ½ onda. Este tipo tem uma sensibilidade ligeiramente superior às de ¼ de onda, e não precisa de um plano de terra. Para instalações que exijam um posicionamento mais distante da antena ou em casos de fontes fortes de interferência, pode ser necessário o uso de uma antena direcional (Yagi ou log-periódica) apontada adequadamente.
Quarto, escolha a(s) antena(s) de recepção de sintonia correta. Muitas antenas possuem uma largura de banda finita, o que faz com que sejas apropriadas para uso somente com receptores que operem dentro de determinada banda de freqüência. Quando se usam sistemas de distribuição de antena os receptores devem tanto quanto possível ser agrupados com antenas da banda de freqüência apropriada. Se as faixas de freqüência dos receptores cobrirem duas bandas de antenas adjacentes (vizinhas), devem-se usar as antenas maiores (de menor freqüência). Se as faixas cobrirem todas as três bandas de antena (no caso do VHF), deve-se usar uma antena longa e uma curta (sem antena de tamanho intermediário). Antenas telescópicas devem ser estendidas ao seu comprimento apropriado.
Quinto, posicione antenas de receptores por diversidade separando-as por uma distância conveniente. Para recepção por diversidade, a separação mínima para benefícios significantes de recepção é de ¼ do comprimento de onda (cerca de 43 cm para VHF). Há um certo aumento de desempenho até uma separação entre as antenas de um comprimento de onda. Além desta distância, o desempenho da diversidade não muda substancialmente. Entretanto, em algumas aplicações em ambientes grandes a cobertura geral pode ser melhorada usando-se uma separação maior. Nestes casos uma ou ambas as antenas são localizadas de modo a permitir uma distância média menor até o(s) transmissor(es) dentro da área operacional.
Sexto, posicione as antenas do receptor longe de quaisquer fontes suspeitas de interferência. Estas incluem outras antenas de recepção, bem como fontes mencionadas anteriormente, como equipamentos digitais, equipamentos de força AC, etc.
Sétimo, monte as antenas de recepção longe de objetos metálicos. Idealmente, as antenas em geral deveriam ser sempre montadas livres no ar ou então, perpendiculares a estruturas de metal como racks, telas, suportes de metal, etc. Elas devem estar a um distância de pelo menos ¼ do comprimento de onda de qualquer estrutura de metal paralela. Todas as antenas em uma instalação com sistemas múltiplos devem estar afastadas por pelo menos ¼ do comprimento de onda.
Oitavo, oriente corretamente as antenas de recepção. Se as antenas de transmissão são geralmente verticais, então as antenas de recepção também deveriam ser aproximadamente verticais. Se a orientação da antena do transmissor for imprevisível, então as antenas do receptor podem ser orientadas até 45º da vertical. Antenas tipo Yagi e LogPeriódica devem ser orientadas com seus elementos transversais na vertical.
Nono, use o cabo de antena apropriado quando usar antenas remotas de recepção. Os melhores resultados são obtidos quando se usa um comprimento mínimo de um cabo apropriado, de baixa perda, equipado com conectores adequados. Devido a perdas crescentes nas altas freqüências, sistemas UHF podem necessitar de cabos especiais.
Décimo, use um sistema de distribuição de antena quando possível. Isto minimizará o número geral de antenas e reduzirá os problemas de interferência com múltiplos receptores. Para dois receptores pode-se usar um divisor passivo. Para três ou mais, recomenda-se fortemente o uso de divisores ativos. Verifique a sintonia adequada da antena, conforme mencionado acima. Amplificadores de antena não são normalmente recomendados para sistemas VHF, mas podem ser necessários para sistemas UHF com cabos longos.
CONFIGURAÇÃO: BATERIAS
Use sempre baterias (ou ‘pilhas’) novas do tipo correto no transmissor e/ou no receptor. Muitos fabricantes recomendam somente baterias do tipo alcalino para operação correta. Baterias alcalinas têm uma capacidade muito mais alta de potência, taxa de descarga muito favorável e armazenamento mais duradouro que outros tipos de baterias (pilhas) de uso único (não-recarregáveis), como as de carbonozinco. As de tipo alcalino funcionarão por um tempo 10 vezes mais longo que as não-alcalinas ditas “de serviço pesado”. Elas também são muito menos sujeitas a causar problemas de corrosão, caso sejam deixadas na unidade. Pense na possibilidade de comprar pilhas alcalinas no atacado, para obter a maior economia: elas têm uma vida de prateleira de pelo menos um ano.
A condição da bateria deve ser verificada antes de usar o sistema e examinada periodicamente durante o uso, se possível. Muitos transmissores são equipados com um indicador do status da bateria de algum tipo, que será pelo menos um indicador tipo vai/ não vai, ou algum tempo mínimo de vida operacional. Algumas unidades têm um “indicador de combustível”, que dá uma idéia mais precisa do tempo de vida restante para a bateria. Alguns modelos têm até a capacidade de transmitir informações sobre a condição da bateria ao receptor, para monitoração remota.
Use baterias recarregáveis com extremo cuidado: sua capacidade de potência é muito menor que as alcalinas de mesmo tamanho, e sua voltagem inicial real é geralmente menor. A bateria recarregável convencional usa uma célula de Ni-Cad (níquel- cádmio). A voltagem de uma célula individual de Ni-Cad é de 1,2 Volts, em vez do 1,5 Volts de uma pilha alcalina. Esta é uma voltagem inicial 20% menor por célula. A bateria alcalina padrão de 9 Volts é composta de 6 células em série, o que dá uma voltagem inicial de pelo menos 9 Volts.
A típica bateria recarregável “tamanho 9 Volts” também tem 6 células, dando uma voltagem inicial de somente 7,2 Volts. Quando combinado com sua baixa capacidade de potência, o tempo operacional pode ser menor que 1/20 de uma alcalina, somente cerca de 15 minutos em algumas unidades. A “melhor” recarregável de 9 Volts tem sete célula (8,4 Volts iniciais), mas ainda só tem cerca de 1/10 do tempo operacional de uma alcalina. É possível obter baterias de NiCad tamanho 9 Volts com 8 células (9,6 Volts iniciais), mas mesmo estas têm menos da metade do tempo operacional das alcalinas, e são bem caras.
Se for tomada a decisão de usar baterias recarregáveis, o gerenciamento das baterias torna-se muito importante. Para sistemas em serviço diário, recomenda-se um mínimo de três baterias por unidade devido ao tempo de recarga: uma carregada, uma sendo carregada, uma para ser carregada. Além disso, periodicamente as baterias devem ser totalmente cicladas para evitar o desenvolvimento de “memória” de descarga curta. Por fim, deve-se comparar a economia potencial de longo prazo com o curto tempo operacional, investimento inicial e as exigências permanentes de manutenção das baterias recarregáveis. Usuários experientes quase invariavelmente escolhem pilhas alcalinas.
VERIFICAÇÃO E OPERAÇÃO DO SISTEMA
A boa prática em qualquer sistema de microfone sem fio inclui uma passagem do sistema antes do início do espetáculo ou apresentação. Como sugerido na seção de ajuste de squelch, isto deve ser feito com todos os outros equipamentos associados na produção também ligados. Isto pode revelar problemas potenciais, que não são aparentes num teste só do sistema de microfone sem fio.
1) Verifique se as baterias estão boas em todos os transmissores.
2) Verifique os ajustes de squelch de receptor conforme mostrado acima, ativando os sistemas individuais um por vez.
3) Faça um teste auditivo estacionário com cada um dos sistemas individuais por vez, para verificar os ajustes corretos de áudio.
4) Faça um teste auditivo na área da apresentação com cada um dos sistemas individuais por vez, para verificar se não ocorrem quedas (dropout, ou perda de sinal).
5) Ligue todos os receptores (sem os transmissores) e verifique os indicadores para checar se não há interferência.
6) Ligue os transmissores individuais um de cada vez para checar a ativação do receptor correto. Os transmissores devem estar todos a uma distância comparável (de pelo menos 3 metros) das antenas de recepção.
7) Ligue todos os transmissores (com receptores) para verificar a ativação de todos os receptores. Os transmissores devem estar todos a uma distância comparável (de pelo menos 3 metros) das antenas de recepção e a pelo menos 90 cm de distância uns dos outros.
8) Faça um teste auditivo na área da apresentação com cada um dos sistemas individuais por vez enquanto todos os sistemas estão ligados, para verificar se não ocorrem interferências audíveis ou dropouts.
Deve ser notado que no item 6), acima, que certas combinações de transmissores e receptores ativos podem indicar captação de um transmissor individual por mais de um receptor. Entretanto, no passo 7), quando todos os transmissores estão ativos, cada um é captado somente pelo receptor planejado. A menos que haja interferência audível quando todos estão ligados, isto não deve representar um problema, já que um receptor normalmente não deve estar ligado quando seu próprio transmissor não estiver ativo.
Depois dos sistemas de microfone sem fio passarem por esta verificação, siga as recomendações a seguir, para obter uma operação de sucesso durante a apresentação:
1) Verifique novamente a condição (boa) das baterias em todos os transmissores.
2) Os receptores devem ser emudecidos até que os transmissores sejam ligados
3) Não ative transmissores ou receptores desnecessários.
4) Quando o sistema tiver sido ligado, use a chave “mute” ou “microphone” para desligar o áudio, se necessário, não a chave Power. (isto não é preocupação para sistemas com squelch e tone-key – vide item apropriado no capítulo 2).
5) Não abra o nível de áudio do sistema de som para nenhum receptor que não estiver com seu respectivo transmissor ativo.
6) Mantenha linha-de-vista entre as antenas de transmissão e de recepção.
7) Mantenha uma distância entre as antenas de transmissão e de recepção de pelo menos 3 metros.
8) Mantenha uma distância entre os transmissores de pelo menos 90 cm, se possível.
9) Opere os transmissores na mesma área geral de apresentação.
10) No fim do evento, emudeça as saídas do receptor antes de desligar os transmissores.
ELIMINANDO PROBLEMAS EM SISTEMAS DE MICROFONE SEM FIO
Mesmo que aparentemente os sistemas de microfone sem fio tenham sido escolhidos e configurados do modo apropriado, ainda assim podem surgir problemas durante o uso real. Embora não seja prático oferecer aqui soluções abrangentes para todas as situações possíveis, sugerimos aqui algumas orientações gerais.
Embora os problemas com sistemas de microfone sem fio eventualmente surjam como efeitos audíveis, estes efeitos podem ser sintomas de problemas de áudio e/ ou de rádio. O objetivo do ‘eliminar problemas’ é primeiro identificar a fonte do problema e segundo, reduzir ou eliminar o problema.
As seguintes abreviações são usadas nestas tabelas: AFfreqüência de áudio, RF - freqüência de rádio; IM – intermodulação; RFI – interferência de freqüência de rádio, TX – transmissor, RCV – receptor.
Um sintoma comum na operação de múltiplos sistemas é a aparente ativação de dois receptores por um único transmissor. Isto pode ser devido a uma entre várias causas: freqüências operacionais iguais ou muito próximas, harmônicos de cristal, transmissor na freqüência - imagem do segundo receptor, IM com uma fonte desconhecida, etc. Se a ativação do segundo transmissor resultar em operação adequada de ambos os sistemas, este efeito pode usualmente ser ignorado. O procedimento operacional recomendado é somente ligar um receptor quando seu transmissor estiver ativo. Caso se deseje manter receptores abertos sem transmissores, reajustar o controle squelch pode ser suficiente. Caso contrário, as freqüências operacionais terão que ser trocadas.
NOTAS DE APLICAÇÃO
A seguir, algumas sugestões de escolha e uso de sistemas de microfone sem fio para algumas aplicações específicas. Cada seção dá escolhas e configurações típicas para microfones, transmissores e receptores, bem como algumas dicas operacionais.
GUIA PARA ELIMINAÇÃO DE PROBLEMAS
Condições: TX ligado, RCV ligado, um só sistema
Quando se usam múltiplos sistemas sem fio, alguns problemas adicionais podem ocorrer, devido a interação entre os sistemas. Ligar e desligar sistemas individuais e tentar sistemas em diferentes combinações pode ajudar a identificar a causa. Entretanto, isto pode se tornar muito mais difícil à medida que o número de sistemas aumenta.
A seguir estão algumas sugestões para eliminar problemas em sistemas múltiplos, que atacam sintomas observados quando todos os sistemas estão ativos.
Condições: TX ligado, RCV ligado, sistemas múltiplos
APRESENTAÇÕES
A escolha mais comum de microfone sem fio para apresentações é um sistema lapela/ bodypack, que permite liberdade para as mãos de uma única pessoa falando. Um pequeno microfone a condensador é conectado ao transmissor bodypack e a combinação é usada pelo apresentador. O receptor é instalado em um local fixo.
O transmissor bodypack é geralmente usado preso na cintura ou no cinto. Ele é posicionado de modo que a antena possa se estender livremente e que os controles possam ser alcançados com facilidade. O ganho do transmissor deve ser ajustado para fornecer um nível apropriado para o apresentador em particular.
O receptor deve ser colocado de modo a que suas antenas estejam em linha de vista com o transmissor e a uma distância apropriada, preferivelmente a pelo menos 3 metros. Após conectar o receptor ao sistema de som, deve-se ajustar o nível de saída e de squelch conforme as recomendações anteriores.
O fator mais importante para obter uma boa qualidade de som e ganho suficiente antes de ocorrer microfonia em um sistema de lapela é a escolha e posicionamento do microfone. O melhor ponto de partida é um microfone de alta qualidade posicionado tão perto quanto possível da boca do usuário. Um microfone de lapela omnidirecional deve ser preso à gravata ou gola do paletó a uns 20 ou 25 cm da boca, para a melhor captação.
Em situações de ganho limitado antes de ocorrer microfonia ou de altos níveis de ruído ambiente, um microfone unidirecional pode ser usado. Este tipo deve ser posicionado como o omnidirecional, mas também precisa ser apontado para a boca do usuário. O usuário deve estar consciente de que os tipos unidirecionais são muito mais sensíveis a ruídos de vento e explosões da respiração (os sons de P, B, T, D, etc.), bem como aos ruídos vindos das roupas roçando contra o microfone ou o cabo. Microfones de lapela unidirecionais devem sempre ser usados com um protetor anti-ruído de vento e montado de modo a reduzir o contato mecânico direto com roupas ou jóias.
INSTRUMENTOS MUSICAIS
A opção mais apropriada para uma aplicação de instrumento sem fio é um sistema tipo bodypack que aceite o sinal de áudio de vários instrumentos-fonte. O receptor pode ser do tipo diversidade para o melhor desempenho ou tipo não-diversidade, para aplicações com orçamento mais limitado, e é instalado em uma posição fixa.
O transmissor pode em geral ser instalado no próprio instrumento ou na correia. Em todo caso seu posicionamento deve evitar interferir com o instrumentista, mas mantendo seus controles acessíveis. Os instrumentos-fonte incluem guitarras e baixos elétricos bem como instrumentos acústicos como saxofones ou trumpetes. Fontes elétricas podem em geral ser conectadas diretamente, enquanto que fontes acústicas precisam de um microfone ou outro transdutor (ou captador).
Os receptores para sistemas de instrumentos são conectados a um amplificador de instrumento para guitarras e baixos ou à entrada de uma console de mixagem. Esteja atento à possibilidade de interferência vinda de processadores digitais de efeitos nas cercanias do amplificador ou da console de mixagem. As conexões devem ser bem blindadas e seguras. Aqui também se aplicam as considerações usuais sobre distância e linha de vista.
O fator mais importante no desempenho de um sistema para instrumento é a interface entre o instrumento e o transmissor. Os sinais dos instrumentos elétricos equipados com captadores magnéticos são geralmente comparáveis a sinais de microfones, embora os níveis e impedâncias possam ser um pouco mais altas. Outros transdutores como os do tipo piezelétrico também têm sinais de saída comparáveis a sinais de microfone, mas também eles têm níveis mais altos e impedâncias substancialmente maiores. Com qualquer destas fontes deve-se tomar cuidado para garantir a compatibilidade com a entrada do transmissor, em relação a nível, impedância, e tipo de conector.
Ocasionalmente se descobre que certos sistemas de microfone sem fio inicialmente não funcionam bem com certos instrumentos. Os sintomas podem incluir uma resposta de freqüência pobre, distorção ou ruído. Em muitos casos isto pode causado por um descasamento de nível ou de impedância entre os dois. Mudanças na resposta de freqüência são muitas vezes devidas a problemas de impedância. Certifique-se de que o transmissor tem uma impedância de entrada alta o suficiente. Distorção geralmente é causada por nível excessivo de entrada para o transmissor. Instrumentos com circuitos ativos (pré amplificadores a bateria) geralmente possuem níveis muito altos de saída,, os quais precisam ser atenuados para certos transmissores. Eles também podem sofrer RFI causada pelo sistema de microfone sem fio. Isto pode ser reduzido instalandose capacitores de bypass de RF no instrumento.
Um tipo comum de ruído que se ouve um sistemas de microfone sem fio é geralmente chamado ruído de modulação. Este é um chiado de baixo nível que acompanha o som real do instrumento. Embora ele geralmente seja mascarado pelo som do instrumento, certos fatores podem torná-lo mais pronunciado. Estes incluem níveis baixos de sinal de áudio, níveis baixos de sinal de RF e altos níveis de ruído de RF. O ruído de modulação pode ser mais perceptível quando o sistema de microfone sem fio está conectado a amplificador de instrumento de alto ganho, com freqüências reforçadas e circuitos de distorção ligados. O nível aparente de ruído de modulação pode ser reduzido ajustando-se o ganho do transmissor tão alto quanto possível (sem causar distorção), mantendo nível adequado de sinal de RF e evitando fontes de ruído de RF.
Algumas guitarras e baixos elétricos usados com sistemas de microfone sem fio também podem exibir ruído intermitente quando seus potenciômetros de controle são girados para um dos pontos extremos (máximo ou mínimo). Isto é devido ao contato metal/ metal que acontece nestes pontos em certos projetos de potenciômetros. Pode ser necessária a substituição por um tipo diferente.
Os microfones para instrumentos acústicos podem ser omniou unidirecionais, e geralmente são do tipo condensador. A escolha e posicionamento de microfones para instrumentos acústicos é um processo subjetivo que envolve uma certa quantidade de tentativa e erro. Veja as referências na bibliografia para sugestões. Também é aconselhável consultar o fabricante do equipamento sem fio e/ ou o fabricante dos instrumentos, microfones e transdutores, caso o problema persista.
Um benefício do sem fio que interessa diretamente aos guitarristas é a eliminação do risco potencial de ocorrer choque entre uma guitarra ligada com cabo e um microfone ligado com cabo. Eliminadas as conexões entre o instrumento e o amplificador ou entre o microfone e o P.A., a polaridade do amplificador de guitarra não interessa mais.
VOCALISTAS
A escolha usual para vocalistas é um sistema de microfone sem fio de mão, para captação próxima da voz. Este consiste de um elemento microfone apropriado preso a um transmissor de mão usado com um receptor fixo.
O microfone/ transmissor pode ser usado na mão ou montado em um pedestal. A técnica de microfone é essencialmente a mesma que para microfones com fio: posicionamento próximo dá o melhor ganho antes de ocorrer microfonia, a menor captação de ruído ambiente e o maior efeito de proximidade. Um filtro pop acessório pode ser usado, se o vento ou explosões da fala forem um problema. Se o transmissor for equipado com uma antena externa, evite colocar a mão em torno desta. Se os controles do transmissor forem acessíveis externamente, pode ser útil escondê-los com uma capa ou fita adesiva, para evitar acionamento acidental da chave durante a performance. A condição da bateria deve ser checada antes disto se o indicador estiver coberto. O ganho do transmissor deve ser ajustado para aquele(a) vocalista em particular cantando em níveis de apresentação.
O receptor deve ser posicionado a uma distância apropriada e em linha de vista com o transmissor. Como este geralmente está na posição da console de mixagem, verifique a possibilidade de eventual interferência de processadores digitais de sinal próximos. Também aqui, as conexões de áudio e de antena devem ser bem blindadas e seguras.
As considerações primárias para a qualidade de som em um sistema de microfone sem fio de mão é o elemento microfone e sua integração correta com o transmissor. A escolha do elemento para um sistema de microfone sem fio deve ser feita seguindo o mesmo critério que para um microfone com fio. Idealmente, a versão sem fio de um microfone deverá de modo idêntico à com fio. No limite, o que conta é o fabricante do sistema de microfone sem fio. Por este motivo, é altamente recomendável comparar o desempenho do sistema de microfone sem fio proposto com seu equivalente com fio, para ter certeza de que quaisquer diferenças na qualidade do som ou na direcionalidade serão mínimas.
AULAS DE AERÓBICA/ DANÇA
Aplicações de aeróbica ou dança geralmente exigem sistemas de microfone sem fio tipo bodypack para permitir o uso livre das mãos pelo instrutor. O microfone é geralmente um do tipo usado na cabeça, com um elemento unidirecional. Este é o que permite melhores resultados quanto a controle de microfonia e qualidade geral do som. Um microfone de lapela também pode ser usado, caso o ganho antes de ocorrer microfonia não for um problema, mas a qualidade do som não será tão boa quanto um fone de cabeça. O receptor pode ser do tipo diversidade ou não-diversidade, dependendo do nível de desempenho requerido e de ser instalado em um local fixo.
O transmissor é usado na cintura e deve ser muito bem preso já que seu usuário é em geral muito ativo. A antena deve se estender livremente e os controles localizados de modo acessível. O ganho deve ser ajustado para o usuário em condições de uso real.
O receptor deve ser posicionado com o habitual cuidado com relação à distância e linha de vista. Além disso, ele deve ser instalado longe de transeuntes e pés. Uma vez que estes sistemas são montados e desmontados regularmente, as conexões devem ser sempre verificadas.
O critério primário para sistemas de aeróbica e de dança é a confiabilidade sob condições extremamente ativas. Estas condições incluem vibração, impacto, calor, umidade e vários fluidos corporais! O sistema básico deve certamente ser durável mas há alguns passos adicionais que podem ser dados para aumentar a confiabilidade a longo prazo. Um cinto acessório ou uma pochete feita de neoprene pode proteger o transmissor contra danos mecânicos bem como contra perspiração. Isto também oferece um colchão entre o usuário e o transmissor, o que aumenta o conforto e permite que o transmissor seja reposicionado facilmente, caso o instrutor esteja fazendo exercícios no chão, etc. Um projeto que tampe os controles e/ ou os conectores resistirá mais a danos causados por corrosão nestes pontos de entrada.
A vida do cabo de microfone pode ser prolongada se tomarse o cuidado de direcionar o cabo de modo a evitar flexões ou puxões extremos. Permita folga na alça de cabeça e no ponto de entrada do transmissor. Um modelo com entrada lateral oferece mais alívio contra tensões e também permite uma argola “pingadeira”, que evita que gotas de suor corram pelo cabo e entrem pelo conector. Se for usada uma alça de cabeça ajustável, esta deve ser ajustada somente quando for necessário para manter a estabilidade adequada.
O elemento microfone pode ser um tanto protegido pelo uso de uma tela anti-vento de espuma. Remova o protetor de vento periodicamente, encharque-o em água morna com sabão, escorra e deixe secar. Substitua-o quando apresentar sinais de desgaste. Entretanto, mesmo com estas precauções, o conjunto microfone/ cabo em um tal sistema deve ser considerado como um item consumível.
TEATRO
Aplicações teatrais também pedem em geral por sistemas de microfone sem fio lapela/ bodypack. O microfone e o transmissor são usados pelo ator enquanto o receptor acha-se em um local fixo. O teatro combina aspectos das aplicações para apresentador, vocalista e aeróbica/ dança com exigências que lhe são únicas.
Na prática habitual de teatro o microfone de lapela é em geral oculto em algum lugar na cabeça do ator: logo adiante da orelha, em sua testa, no cabelo ou na barba, etc. Em alguns casos ele é oculto em alguma parte da roupa, como um chapéu ou uma gola alta. A intenção é sempre aproximar o microfone o mais possível da boca do ator sem se tornar visível. O posicionamento próximo maximiza o ganho antes de ocorrer microfonia, e minimiza ruído e interferência acústica. Os tipos miniatura omnidirecionais são usados quase que exclusivamente, mas eles devem ser de alta qualidade tanto para fala quanto para canto. Evite obstruir as pequenas fendas (pórticos) dos microfones com maquiagem ou adesivos.
Os transmissores também são ocultos dentro ou sob as roupas, e em geral são sujeitos a ambientes ainda mais severo que o encontrado na situação aeróbica/ dança. Existem estojos e faixas especiais para fixar o transmissor a diversas partes do corpo. Direcionar cabos e antenas de microfone e ainda assim permitir mudanças rápidas de figurino coloca um desafio sério. O desgaste e as quebras normais de cabos e conectores rapidamente cobrarão seu tributo dos microfones e transmissores que não sejam os mais confiáveis.
Receptores para aplicações em teatro não são de um tipo especial, mas precisam ser de alta qualidade para permitir o uso de sistemas múltiplos livre de interferência. não é raro o uso de até 30 sistemas de microfone sem fio simultâneos em uma produção profissional de teatro. Este número só pode ser operado com sistemas que operem na faixa de UHF. O limite prático para VHF é de 10 a 15 sistemas ao mesmo tempo. Além disso, qualquer instalação envolvendo um grande número de sistemas necessitará de antenas destacáveis e de distribuição do sinal das antenas.
Embora aplicações de teatro de menor escala possam ser feitas com um investimento moderado em planejamento e equipamento, as produções em larga escala irão em geral requerer a coordenação profissional de sistemas de microfone sem fio para atingir um resultados de sucesso. Isto se torna uma necessidade absoluta para uma produção móvel.
CASAS DE CULTO
Serviços de culto podem incluir aplicações de apresentador, vocalista e de instrumentos. Como dissemos antes, o uso de sistemas sem fio ou com fio é essencialmente o mesmo, embora neste caso a função apresentador possa ser ligeiramente diferente. A escolha de microfone, transmissor e receptor é feita como antes, mas o posicionamento dos componentes pode exigir cuidados extra.
Em particular, a localização correta do microfone de lapela e/ ou do transmissor pode apresentar problemas devido às vestes ou paramentos. Ainda é necessário posicionar o microfone tão perto da boca do usuário quanto for prático, para obter o melhor resultado. Para isso, pode ser necessário o uso de diferentes métodos de fixação. O acesso aos controles do transmissor também pode ser problemático. A resposta pode ser o uso de chaves acessórias de mute de microfone, como aquelas usadas por árbitros de esportes.
Embora seja mais fácil usar um microfone de tipo omnidirecional, pode-se escolher um modelo unidirecional, para permitir maior ganho antes de ocorrer microfonia. Neste caso a sensibilidade ao “pop” da voz e a ruídos mecânicos deve ser levada em conta. Mais uma vez, é muito importante ajustar o nível do transmissor para a voz do indivíduo sob (isto é, simulando) condições reais de uso.
Devido ao fato de muitos serviços de culto incluírem tanto microfones com fio para púlpito quanto microfones de lapela sem fio, é comum que a pessoa que está usando um sistema sem fio também esteja falando no púlpito. Se a voz for captada por ambos os microfones, ocorrerá um fenômeno acústico chamado “filtro pente” 4 , que cria um som oco, não natural. A solução é abaixar um dos microfones sempre que estiverem de 30 a 60 cm um do outro. Na maioria dos casos, será menos perceptível abaixar o microfone do púlpito quando o usuário do sem fio se aproximar dele.
A escolha correta da freqüência é necessária em qualquer aplicação de culto. Como uma instalação fixa é a norma, as freqüências dos canais livres de TV são as mais recomendadas, não as freqüências “travelling”, ou de viagem. O uso de outros sistemas de microfone sem fio por vocalistas e músicos durante o serviço também deve ser considerado. Além disso, sistemas de microfone sem fio em outros templos ou igrejas num raio de 300 metros do local também devem ser incluídos em qualquer programa para coordenação de freqüências.
Finalmente, os receptores devem ser instalados e ajustados de acordo com as sugestões feitas anteriormente. Mesmo com os ajustes corretos de squelch, entretanto, recomenda-se fortemente desligar ou fechar as saídas de quaisquer receptores que não estejam com o transmissor ativo. Isto evitará que se ouça algum ruído de interferência aleatória de RF pelo sistema de som.
BINGO
Os sistemas de microfone sem fio se tornaram comuns em grandes casas de bingo. Embora o Anunciador esteja tipicamente em um local fixo e use um microfone com fio, os FISCAIS precisam ser capazes de se mover pelo ambiente, para verificar as cartelas. Microfones sem fio de mão são a escolha habitual, mas os sistemas lapela/ bodypack também são usados. Os receptores são instalados em um local fixo.
A escolha e operação dos sistemas sem fio nesta aplicação é direta, embora o orçamento muitas vezes seja uma forte influência. Em particular, geralmente se deseja que um só receptor seja usado para múltiplos transmissores na mesma freqüência, já que só é preciso que haja um fiscal no ar por vez. Embora seja tecnicamente possível, isto se torna difícil na prática por dois motivos: falha em desligar o transmissor quando não estiver em uso e o ruído que ocorre quando os transmissores são ligados e desligados. Como indicado anteriormente, a operação simultânea de mais de um transmissor na mesma freqüência cria interferência pesada. Além disso, é inevitável que ocorra algum ruído de chaveamento, exceto em sistemas de squelch com tone-key.
Os transmissores devem ser emudecidos quando não estiverem em uso, mas a força deve permanecer ligada para eliminar a possibilidade de ruído. Caso se deseje desligar os sistemas sem fio dos fiscais durante o evento, certifique-se de que os níveis de squelch estão ajustados adequadamente. Idealmente, o(s) receptor(es) correspondente(s) devem ser diminuídos (isto é, ter seus controles de entrada fechados) até que sejam necessários. Sistemas de squelch com tone-key são úteis nesta aplicação porque permitem que os transmissores possam ser ligados ou desligados sem ruído.
Os receptores e as antenas devem ser posicionados corretamente para cobertura da área desejada. As sugestões usuais referentes à escolha das freqüências aplicam-se também a este caso. Recomendam-se em particular as freqüências de TV livres, já que os sistemas de bingo são geralmente instalados em locais fixos.
CINEMA / VIDEOGRAFIA
Aplicações em cinema e em videografia geralmente beneficiam-se da discrição dos sistemas de microfone sem fio de lapela/ bodypack para minimizar a visibilidade do microfone. Transmissores de mão podem também ser usados quando a aparência visual não for relevante. Entretanto, os receptores podem ser fixos ou portáteis. Uma opção comum é um receptor adaptado para ser montado em uma câmera, ou camcorder.
A escolha e posicionamento do microfone/transmissor são como descrito em outras seções. Microfones direcionais são úteis para controlar o ruído do ambiente. O posicionamento pode ser consistente com exigências de ordem visual, mas devem ser posicionados tão próximos quanto possível da fonte de som. A qualidade geral do áudio é grandemente determinada pela escolha e posicionamento dos microfones.
Uma área importante de uso dos sistemas de microfone sem fio com vídeo e equipamentos de filmagem é a interface elétrica entre eles. Esta interface é especificada em termo de nível, impedância, configuração (balanceado/ desbalanceado) e conector. Enquanto as características dos receptores sem fio são bem especificadas e razoavelmente padronizadas, as características de entrada de áudio dos equipamentos de vídeo são frequentemente não especificadas e únicas. Isto é especialmente verdadeiro para camcorders tipo amador, de consumo. As unidades profissionais de vídeo são normalmente projetadas com entradas de áudio profissionais padrão.
Muitas camcorders que possuem um microfone embutido também possuem uma entrada para um microfone externo, geralmente um mini jaque de 1/8”. Se o receptor sem fio for equipado com um jaque de saída em nível de microfone de ¼”, um simples adaptador será suficiente. Se o receptor só tiver saída tipo XLR, surgem algumas preocupações adicionais. Um cabo adaptador ou transformador pode ser usado conforme descrito antes, na seção Configurando o Receptor.
As camcorders estéreo geralmente usam um jack para microfone externo de 1/8” estéreo (ponta-anel-manga). Para fornecer um sinal monofônico sem fio, para ambos os canais, esquerdo/ direito, deve-se usar um adaptador mono-paraestéreo insertado no jaque de entrada. Alguns receptores montados em câmera incluem um cabo especial de saída projetado para trabalhar tanto com entradas mono quanto estéreo.
Certas entradas de microfone de camcorders também fornecem uma voltagem de DC de bias (phantom power) para microfones a condensador. Neste caso, pode ser necessário usar um transformador ou um capacitor de bloqueio para isolar a saída do receptor sem fio da DC. Consulte a literatura que acompanhou a camcorder ou o fabricante par mais detalhes.
Camcorders que não tiverem controles manuais de nível de áudio são equipadas com um controle automático de ganho (AGC). Sua função é manter um nível constante de gravação de áudio, aumentando o ganho para sinais fracos e diminuindo o ganho frente a sinais fortes. Este circuito geralmente não pode ser desligado. Quando se usa o microfone embutido, muitas fontes diretas de som estão a uma distância significativa. No microfone, a variação geral entre o nível do som direto e o nível do som de fundo não é muito grande.
Microfones usados a pouca distância, seja de lapela ou de mão, apresentam um sinal muito mais forte em relação ao nível de som de fundo. Com estes aparelhos o AGC irá operar a alto ganho somente quando houver ruído de fundo presente e irá reduzir rapidamente o ganho quando ocorrer um sinal de fala próxima (à cápsula, ou elemento microfone). Isto resultará em um “bombeamento” audível do nível do ruído de fundo. O mesmo efeito é ouvido tipicamente em transmissões ao vivo de esportes: o ruído da multidão é rapidamente suprimido quando o narrador fala e retorna lentamente quando o narrador se cala. Infelizmente, se o AGC não pode ser desligado, não existe um modo conveniente de eliminar este efeito. Operar o sistema de microfone sem fio a níveis bem baixos pode forçar o AGC a operar a ganho pleno, mas isto resultará em pistas de áudio ruidosas.
A escolha de freqüências para cinema / videografia deve ser feita segundo as orientações já apresentadas. Uma fonte adicional de interferência em potencial é o próprio equipamento de vídeo, já que contém circuitos digitais e de RF. Ouça atentamente, para tentar localizar possíveis efeitos audíveis tanto do transmissor quanto do receptor quando estes forem usados próximos à câmera e/ou ao gravador de vídeo.
BROADCAST
Aplicações de broadcast podem necessitar de sistemas de microfone sem fio de mão, de encaixe e de tipo bodypack. Para entrevistar pessoas aleatórias, muitos repórteres de campo e apresentadores de talk-shows que se movimentam preferem um transmissor de mão ou um de encaixe, para máxima mobilidade e controle. Os sistemas bodypack são usados para captar uma única pessoa quando um microfone do tipo de mão seria desajeitado. Os receptores podem estar em um local fixo ou então ser do tipo portátil, para uso um campo.
Microfones omnidirecionais são os preferidos em situações em que o ruído ambiente não seja excessivo. Isto permite maior flexibilidade de posicionamento e de orientação, bem como sensibilidade menor a ruídos de vento e de manuseio. Quando o ruído ambiente for um fator, ou em uma configuração em que haja a possibilidade de ocorrência de microfonia, pode ser necessário usar um microfone unidirecional. Devem-se usar sempre microfones com boa qualidade de som e duráveis.
Microfones de lapela necessitarão de um transmissor tipo bodypack. Se o modelo do microfone de mão for disponível em versão sem fio, poderá ser usado diretamente. Como a maioria dos transmissores de mão usam elementos microfones unidirecionais, um transmissor de encaixe pode ser necessário para uso com microfones de mão omnidirecionais ou outros modelos de mão (projetados para uso) com fio.
Exceto para uso portátil ou montado em câmera, um receptor por diversidade é a escolha favorita para aplicações profissionais de broadcast. O posicionamento da antena deve ser bem planejado, especialmente quando usado em ambiente de estúdio, com grades de iluminação e outras grandes estruturas de metal. Os receptores devem ser localizados longe de controladores de luz, equipamentos de áudio digital e equipamentos de vídeo que possam produzir interferência. Linhas de áudio balanceadas também são procedimento padrão.
Os receptores usados em caminhões (unidades) remotos enfrentam interferência não só dos equipamentos de áudio e vídeo em torno mas também de sistemas de rádio – comunicação (duas-vias) e de transmissores remoto-paraestúdio operando em freqüências VHF ou UHF. Transceptores de duas vias não devem ser operados próximos a transmissores ou receptores sem fio. Os sistemas de microfone sem fio também devem ser localizados bem distantes de links de transmissão remota. Além disso, tanto as antenas do sistema de microfone sem fio quanto a do link de transmissão remota devem ser instaladas corretamente para mínima interferência recíproca.
A escolha de freqüências para broadcast envolve as mesmas considerações usuais em aplicações em estúdio. Em situações de ENG (Electronic News Gathering, ou coleta eletrônica de notícias) ou de EFP (Electronic Field Production, produção eletrônica em campo), os fatores adicionais de transmissores remotos nas imediações e a possibilidade de sistemas de microfone sem fio em uso por outras equipes de broadcast devem ser levadas em conta. Em uma área local é possível, às vezes, coordenar antecipadamente as freqüências a serem usadas pelas diferentes estações para diminuir a possibilidade de conflitos de freqüências no local de um evento. Especificar equipamentos sem fio de alta qualidade minimiza ainda mais eventuais problemas de interferência.
APLICAÇÕES EM AMBIENTES GRANDES/ MÚLTIPLOS AMBIENTES
Às vezes é desejável usar um único transmissor sem fio em um espaço bastante grande ou em múltiplas salas. Mas, se as salas forem muito distantes ou o local for extremamente grande, será difícil conseguir uma recepção confiável dos transmissores, especialmente se houver muitas obstruções ou forte interferência de RF. Essa situação pode ser melhorada com o uso de uma antena de recepção posicionada centralmente. Posicionar mantendo linha-de-vista entre o transmissor e o receptor é sempre o modo preferido.
Caso o receptor usado seja um do tipo diversidade com antenas destacáveis, as duas antenas podem ser instaladas em salas diferentes, embora isso essencialmente reduza o modo de recepção para duas seção em não-diversidade. Para manter a recepção por diversidade, devem-se instalar duas antenas em cada sala, com o uso de um combinador de antenas. A antena “A” em uma sala é combinada com a antena “A” na outra sala usando-se o combinador de antenas. As antenas “B” são conectadas de modo similar as saídas “A” e “B” do combinador são injetadas nas entradas de antena “A” e “B” do receptor.
Também é possível usar múltiplos receptores e antenas sintonizados na freqüência de um único transmissor. As saídas de áudio dos receptores podem ser combinadas em um misturador (mixer, console) para permitir a captação contínua do sinal de múltiplos locais. Entretanto, deve-se empregar algum tipo de controle de nível de áudio, já que o nível de áudio de um sistema como esse aumentará 3 dB cada vez que dobrar o número de receptores ativos. Isto é, se o transmissor for captado por dois receptores ao mesmo tempo, o nível geral de áudio será 3 dB mais alto que quando captado por somente um receptor. Mixers automáticos podem controlar este efeito.
CONCLUSÃO
Deve estar claro depois desta apresentação que os sistemas de microfone sem fio são uma tecnologia que engloba uma gama muito ampla de princípios e aplicações. Os equipamentos atuais evoluíram a um ponto em que excelentes resultados podem ser obtidos com mínima interferência do usuário casual. Espera-se que o material apresentado aqui seja de maior uso para os usuários profissionais e projetistas de sistemas de áudio que precisem tentar fazer com que sistemas de microfone sem fio funcionem sob condições inusuais e exigentes.
À medida que os sistemas de microfone sem fio evoluem, espera-se que alguns dos detalhes apresentados aqui se tornem menos críticos em seu uso no dia-a-dia. Até o ponto em que um projeto mais elaborado pode superar ou compensar algumas das limitações inerentes à transmissão de rádio, os sistemas de microfone sem fio devem continuar a tornar-se cada vez mais confiáveis e fáceis de serem usados. Mesmo assim, um entendimento dos princípios básicos e do uso dos sistemas de microfone sem fio permitirão um sucesso ainda maior em futuras aplicações.
SOBRE O AUTOR
Tim Vear nasceu em Chicago. Escolheu o campo do áudio por permitir combinar os grandes interesses de sua vida: entretenimento e ciência. Neste caminho, adquiriu experiência em áudio tanto no aspecto técnico quanto musical. Foi engenheiro de gravação, de rádio e de som ao vivo, tendo operado seu próprio estúdio e empresa de som, além de ter tocado durante muitos anos como músico profissional. Formou-se bacharel em Engenharia Aeronáutica e Astronáutica na Universidade de Illinois, em Urbana-Champaign. Ainda na Universidade, Tim trabalhou também como técnico chefe dos departamentos de Fala e de Ciência da Audição e Lingüística. Em sua permanência na Shure Brothers, Tim atuou na equipe de suporte técnico para os departamentos de vendas e de marketing. Tem sido ativo no treinamento de produtos e de aplicações para clientes, revendedores e instaladores, além do pessoal da própria empresa. Um de seus maiores objetivos tem sido o aumento da consciência quanto à qualidade do áudio, com ênfase particular na escolha e técnica corretas para microfones. Neste papel, Tim tem apresentado seminários para uma variedade de organizações profissionais, como a AES (Audio Engineering Society), a National Sound Contractors Association, a Society of Broadcast Engineers, e a White House Communications. Seus artigos apareceram na Recording Engineer/ Producer, na Creator e em outras importantes revistas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário