domingo, 2 de janeiro de 2011

Técnicas de captação estéreo

As técnicas de captação em estéreo são utilizadas quando queremos registrar e/ou reproduzir a sensação de espaço que envolve nossa percepção auditiva de um evento acústico. Todos os elementos devem ser considerados, desde a reprodução das imagens lateral e central, passando pela sensação de profundidade ou distância e ainda pela sensação acústica de envolvimento com o ambiente, que normalmente é representado por reverberação. O Surround faz com que essa experiência seja ainda mais real e conta com o auxilio dos efeitos de psicoacústica causados principalmente pelas defasagens.

Há quatro grupos principais de técnicas utilizadas:

  • Par Coincidente (X-Y, M-S e Blunlein)
  • Pares espaçados (A/B, 3x1, Deca Tree)
  • Par quase Coincidente (ORTF)
  • Cabeça Artificial (Dummy Head)
X-Y

Está técnica requer dois microfones direcionais idênticos, normalmente Cardióides. As cápsulas devem estar muito próximas - de preferência sobrepostas - formando ângulos que podem virar entre 90 e 130°. Quando montados de maneira correta, o resultado de sua soma em mono deve sofrer um acréscimo de até 6 dB na amplitude do sinal, sem cancelamento de fase.



M-S



Consiste também em dois microfones, um direcional apontado para o centro em direção à fonte sonora e outro, figura 8, com seu eixo rotacionado 90° em relação ao microfone do centro. O microfone figura 8 deve ter seu sinal duplicado com os controles de PAN completamente opostos; um 100% para esquerda e o outro 100% para a direita. O canal que tiver o PAN totalmente virado para a direita deve sofrer uma inversão de polaridade para que haja imagem estéreo quando somado ao microfone central. Assim a codificação MS ficará: M+S= L, enquanto que M-S=R.


Blumlein (Duplo 8)


Blumlein foi o precursor de todas as técnicas de captação que conhecemos hoje. Foi o primeiro a realizar  experiências com a captação quadrifonica que por sua vez é a antecessora do surround. A técnica do duplo 8 utiliza obviamente dois microfones bi-direcionais (figura 8) no mesmo ponto, só que rotacionados 90°entre si. Usa-se a mesma condição de sinais do M-S só que para dois microfones. Essa técnica tem bons resultados quando usamos distancias muito próximas. Tem uma separação de canais maior do que a técnica x-y e é um dos alicerces do surround.

Pares espaçados

A-B


Dois microfones idênticos são posicionados a uma mesma distância do centro da imagem. A imagem estéreo vem da defasagem e das diferenças de amplitude e resposta de freqüência dos sinais que chegam aos dois microfones. Não são compatíveis em mono, mas podem produzir imagens grandiosas de acordo com a interação com a fonte sonora.

3x1

Usa basicamente o mesmo princípio do A-B só que com uma regra de posicionamento e distância entre as cápsulas. Se um dos microfones estiver a 1 metro da fonte sonora, o outro também deverá estar, mas entre eles a distância deve corresponder a 3 vezes esse valor; neste caso, 3 metros.

Deca Tree


Criado pelos estúdios Deca, utiliza microfones direcionais numa combinação de distâncias e posicionamento que oferecem ao mesmo tempo as sensações de estereofonia e profundidade. É a técnica que mais se aproveita para as captações surround e guarda a mesma distância entre os microfones num arranjo em "arvore"



Par quase Coincidente (ORTF - Office de Radiodiffusion - Television Française)


Desenvolvida pela ORTF especialmente para a transmissão de concertos de música clássica, essa técnica que leva ao mesmo tempo o nome de seus criadores, utiliza normalmente dois microfones cardióides que podem ser angulados entre 70° e 140° e espaçados de 17 cm a 21 cm. A idéia é reproduzir a defasagem existente entre nossos ouvidos.

Cabeça artificial (Dummy Head)


O objetivo é tentar simular ao máximo o processo que envolve a nossa audição, literalmente copiando uma cabeça humana e colocando microfones em seus "ouvidos". A cabeça artificial simula inclusive, os cancelamentos de fase causados pelas reflexões da orelha. Na resposta de freqüência desse tipo de microfone nota-se um forte cancelamento na região dos agudos. Quando ouvimos de fones, essa técnica mostra uma realidade impressionante "enganando"perfeitamente o nosso cérebro.

Modelo de Dummy Head



Um comentário:

  1. muitos parabens e um obrigado, pois aqui se encontra , tudo muito bem explicadinho :) eu que ja me tinha esquecido de algumas coisas, aqui, relembrei tudo, obrigado e continua, pois precisamos sempre de mais :)

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